terça-feira, 28 de abril de 2009
Presságio
Confesso que (ainda) não acompanhei a fundo a carreira do diretor egípcio Alex Proyas, tendo visto, antes de Presságio, apenas o filme Eu, Robô (um ótimo filme policial disfarçado de ficção-científica e não o contrário), de sua autoria. No entanto, este me fez ansiar pelo próximo projeto de Proyas, que viria a se materializar apenas 5 anos depois, como o longa que agora comentarei.
Não é de hoje que os filmes apocalípiticos e catastróficos são produzidos em Hollywood (não vou entrar em meandros psicológicos, mas com certeza é inerente ao homem a atração pela impotência contra a natureza), contudo Presságio carrega consigo um diferencial: consegue mesclar elementos de ciência e de misticismo de forma ímpar (a maioria dos filmes aposta em uma ou outra vertente), construindo assim um conceito bastante interessante, que mistura astrofísica, fim do mundo, acidentes urbanos, "profecias" e, por que não, o ceticismo da criação planejada por parte dos cientificistas e o da aleatoriedade do surgimento do universo (e da vida) pelos religiosos mais ortodoxos.
O longa é estrelado por Nicolas Cage (muito bem, por sinal), um astrofísico viúvo (e ainda bastante abatido com a perda da esposa) que, através do filho, estuda um apanhado de números aparentemente aleatórios que foram guardados numa cápsula do tempo há 50 anos. No entanto, este descobre que os números são datas e coordenadas de diversos acidentes trágicos que ocorreram durante estes 50 anos e, que apenas as três últimas séries de números não se encaixam com nenhum acidente, pois estes ainda não aconteceram.
A partir daí a história ganha cada vez mais contornos de suspense, gerando uma tensão crescente (principalmente quando descobrimos a história por trás dos números e a aparição de um grupo de homens misteriosos que surgem para o filho de Cage). A trilha assinada por Marco Beltrami (de Hellboy) pontua perfeitamente o filme, dando fôlego quando a trama começa a cansar um pouco, enquanto os efeitos visuais são caprichados (fato já demonstrado no longa anterior de Proyas), principalmente o da queda de um avião, que provoca angústia no espectador ao apresentar as diversas vítimas e impotência do personagem de Cage, já que este não pôde evitar este terrível acidente. Sinceramente, uma cena construída de maneira singular, visto que, em geral, as cenas de acidentes de lançamentos recentes do gênero provocam mais euforia do que angústia no espectador.
Por fim, Presságio aparece como uma grande surpresa no começo da temporada de blockbusters, sendo este um filme que consegue ser entretenimento sem deixar de apresentar algumas idéias mais elaboradas, como a discussão da impotência do homem perante o universo, a não aceitação da morte, a efemeridade da vida, dentre outras. Contudo, o que mais surpreende no longa é a mescla de temas (ciência/crença) de forma a contribuir com o desenvolvimento da trama. Mais um ótimo trabalho de Proyas e outro filme que devolveu um pouco de fôlego à carreira do senhor Nicolas Cage (que alterna bombas com alguns filmes interessantes de maneira tão confusa que até parace proposital). Ótimo filme, cerregado de tensão e com um clima que supera a tensão. Certamente O filme catástrofe (decente) do ano... (se bem que ainda tem o 2012, de Roland Emmerich, o midas do gênero... ou não).
NOTA: 8.
Obs.: a título de curiosidade, os últimos trabalhos de Nic Cage (e a prova da sua oscilante qualidade de escolha), juntamente com os trailers:
2009 - Presságio (muito bom); 2008 - Perigo em Bangkok (não vi, mas pela crítica: bomba); 2007 - A Lenda do Tesouro Perdido 2 - Livro dos Segredos (bomba assistível na TV); 2007 - O Vidente (bomba); 2007 - Motoqueiro Fantasma (bomba); 2006 - Lucas, um Intruso no Formigueiro (bom - no entanto, como é uma animação, Cage "apenas" dublou); 2006 - O Sacrifício (bomba); 2006 - As Torres Gêmeas (bom); 2005 - O Senhor dos Armas (muito bom); 2004 - O Sol de Cada Manhã (bom); 2004 - A Lenda do Tesouro Perdido (bomba assistível na TV); 2003 - Os Vigaristas (bom); 2002 - Códigos de Guerra (bomba); 2002 - Adaptação (muito bom)...
Ficha Técnica
Título Original: Knowing
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 122 minutos
Ano de Lançamento (EUA / Austrália): 2009
Site Oficial: www.knowing-themovie.com
Estúdio: Summit Entertainment / Wintergreen Productions / Kaplan/Perrone Entertainment / Escape Artists / Mystery Clock Cinema / Goldcrest Pictures
Distribuição: Summit Entertainment / Paris Filmes
Direção: Alex Proyas
Roteiro: Stuart Hazeldine, Ryne Douglas Pearson, Stiles White e Juliet Snowden, baseado em adaptação de Alex Proyas e em estória de Ryne Douglas Pearson
Produção: Todd Black, Jason Blumenthal, Steve Tisch e Alex Proyas
Música: Marco Beltrami
Fotografia: Simon Duggan
Desenho de Produção: Steven Jones-Evans
Direção de Arte: Sam Lennox
Figurino: Terry Ryan
Edição: Richard Learoyd
Efeitos Especiais: Postmodern
Elenco: Nicolas Cage, Rose Byrne, Chandler Canterburry e Lara Robinson.
Trailer:
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Monstros Vs. Alienígenas
Misto de aventura com ficção-científica (totalmente inspirado nos filmes dos anos 1950), Monstros Vs. Alienígenas (Monsters Vs. Aliens) mostra o dilema pelo qual passa o planeta Terra, que após a queda de um estranho "meteorito" é atacado por uma estrenha criatura vinda do espaço. A solução encontrada pelo Presidente dos Estados Unidos (acatando a idéia de um General) é libertar alguns "monstros", que eram prisioneiros de uma área secreta do governo (a lendária área 51?) para que possam depender a Terra da iminente invasão alienígena.
A trama tem início quando Susan (Reese Whiterspoon), prestes a se casar, é atingida por um meteorito vindo do espaço. Através de substâncias estranhas absorvidas através dele, Susan passa a sofrer um processo de mutação, que a faz crescer mais de dez metros, além de embranquecer seus cabelos. Em meio ao pânico causado pela transformação, a garota é detida pelo exército americano (encabeçado pelo General vivido pelo eterno Jack Baur, Kiefer Sutherland) e é trancafiada num complexo militar secreto. Lá, apesar das dificuldades para aceitar sua nova situação de vida (além de toranar-se um "monstro", provavelmente passará o resto de sua vida detida), ela faz amizade com outros prisioneiros que encontram-se (mais ou menos) na mesma situação que a sua: o Elo Perdido (Will Arnett) criatura reptiliana pré-histórica, que, como o nome indica, seria o elo-perdido na linha de evolução , B.O.B. (Seth Rogen), bolha mutante originária de molho de tomate (sério) que não possui cérebro (literalmente), Insectossauro (inseto bebê gigantesco - muito maior que Susan) e o impagável Doutor Barata (Hugh Laurie), típico cientista louco que, após um experimento que de errado virou uma barata-humana.
É então que, após a chegada do robô alienígena (enviado por Galaxar - com a voz de Rainn Wilson -, uma espécie de terrorista espacial que deseja resgatar o meteorito que caiu por engano na Terra), a única providência do governo é a liberação do grupo de monstros para que estes combatam o invasor, já que as forças armadas do país não tiveram sucesso.
Trabalhando principalmemte com a questão da individualidade de cada personagem (o monstro é um paralelo ao diferente, ao esquisito - humano?), Monstros Vs. Alienígenas é uma bela homenagem aos clássicos filmes de ficção-científica, como "Guerra dos Mundos" e "O Dia em Que a Terra Parou", tratando da questão da paranóia em meio a guerra-fria (os diálogos envolvendo os personagens de Sutherland e Stephen Colbert, que faz a voz do Presidente dos EUA, lembram muito os dos personagens de George C. Scott e Peter Sellers, no clássico "Dr. Fantástico", de Stanley Kubrick, durante a reunião na mítica sala de guerra).
Com Monstros Vs. Alienígenas a Dreanworks Animation mostra que, mais uma vez, apesar da irregularidade de seus títulos, a união de ação (vide o excelente "Kung Fu Panda") com tiradas de puro sarcasmo, mas de maneira inteligente (como o já clássico "Shrek") é o seu maior diferencial para com a concorrência (que por sinal está cada vez maior).
Outro destaque se dá na qualidade de detalhes da animação. Tonalidade de pele, movimento dos personagens, "cenários"(a fotografia beira a perfeição) e, pricipalmente, a estrutura do cabelo (principalmente da personagem principal), comprovando assim o quanto as animações evoluíram em pouco mais um ano e com certeza evoluirão ainda mais. Lembrando que o longa foi feito, principalmente, para ser visto nos cinemas 3D, já que possui diversas seqüencias que interagam com a platéia. Uma pena eu não ter visto o filme em um, já que na minha cidade (Maceió) ainda não possui uma sala de projeção com tal tecnologia.
Por fim, Monstros Vs. Alienígenas é uma excelenete escolha tanto para quem curte animações, homenagens ao cinema, ação e aventura e ficção-científica e para quem se contenta com personagens engraçados e de carisma ímpar, quanto para quem gosta de filmes que possuam um contexto mais elaborado e profundo (a tirada sobre o por que dos alienígenas sempre invadirem os EUA é uma das grandes sacadas do longa). Ou seja, o filme é diversão certa para pais e filhos, crianças e adultos, meninos e meninas.
NOTA: 8.
Ficha Técnica
Título Original: Monsters Vs. Aliens
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 94 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2009
Site Oficial: www.monstrosvsalienigenas.com.br
Estúdio: DreamWorks Animation
Distribuição: DreamWorks Distribution / Paramount Pictures
Direção: Rob Letterman e Conrad Vernon
Roteiro: Maya Forbes, Wallace Wolodarsky, Rob Letterman, Jonathan Aibel e Glenn Berger, baseado em estória de Conrad Vernon e Rob Letterman
Produção: Lisa Stewart
Música: Henry Jackman
Edição: Joyce Arrastia e Eric Dapkewicz
Elenco (vozes): Reese Whiterspoon, Seth Rogen, Hugh Laurie, Will Arnett, Kiefer Sutherland, Rainn Wilson, Paul Rudd, Jeffrey Tambor e Renée Zellweger.
Trailers
(Original):
(Dublado):
A trama tem início quando Susan (Reese Whiterspoon), prestes a se casar, é atingida por um meteorito vindo do espaço. Através de substâncias estranhas absorvidas através dele, Susan passa a sofrer um processo de mutação, que a faz crescer mais de dez metros, além de embranquecer seus cabelos. Em meio ao pânico causado pela transformação, a garota é detida pelo exército americano (encabeçado pelo General vivido pelo eterno Jack Baur, Kiefer Sutherland) e é trancafiada num complexo militar secreto. Lá, apesar das dificuldades para aceitar sua nova situação de vida (além de toranar-se um "monstro", provavelmente passará o resto de sua vida detida), ela faz amizade com outros prisioneiros que encontram-se (mais ou menos) na mesma situação que a sua: o Elo Perdido (Will Arnett) criatura reptiliana pré-histórica, que, como o nome indica, seria o elo-perdido na linha de evolução , B.O.B. (Seth Rogen), bolha mutante originária de molho de tomate (sério) que não possui cérebro (literalmente), Insectossauro (inseto bebê gigantesco - muito maior que Susan) e o impagável Doutor Barata (Hugh Laurie), típico cientista louco que, após um experimento que de errado virou uma barata-humana.
É então que, após a chegada do robô alienígena (enviado por Galaxar - com a voz de Rainn Wilson -, uma espécie de terrorista espacial que deseja resgatar o meteorito que caiu por engano na Terra), a única providência do governo é a liberação do grupo de monstros para que estes combatam o invasor, já que as forças armadas do país não tiveram sucesso.
Trabalhando principalmemte com a questão da individualidade de cada personagem (o monstro é um paralelo ao diferente, ao esquisito - humano?), Monstros Vs. Alienígenas é uma bela homenagem aos clássicos filmes de ficção-científica, como "Guerra dos Mundos" e "O Dia em Que a Terra Parou", tratando da questão da paranóia em meio a guerra-fria (os diálogos envolvendo os personagens de Sutherland e Stephen Colbert, que faz a voz do Presidente dos EUA, lembram muito os dos personagens de George C. Scott e Peter Sellers, no clássico "Dr. Fantástico", de Stanley Kubrick, durante a reunião na mítica sala de guerra).
Com Monstros Vs. Alienígenas a Dreanworks Animation mostra que, mais uma vez, apesar da irregularidade de seus títulos, a união de ação (vide o excelente "Kung Fu Panda") com tiradas de puro sarcasmo, mas de maneira inteligente (como o já clássico "Shrek") é o seu maior diferencial para com a concorrência (que por sinal está cada vez maior).
Outro destaque se dá na qualidade de detalhes da animação. Tonalidade de pele, movimento dos personagens, "cenários"(a fotografia beira a perfeição) e, pricipalmente, a estrutura do cabelo (principalmente da personagem principal), comprovando assim o quanto as animações evoluíram em pouco mais um ano e com certeza evoluirão ainda mais. Lembrando que o longa foi feito, principalmente, para ser visto nos cinemas 3D, já que possui diversas seqüencias que interagam com a platéia. Uma pena eu não ter visto o filme em um, já que na minha cidade (Maceió) ainda não possui uma sala de projeção com tal tecnologia.
Por fim, Monstros Vs. Alienígenas é uma excelenete escolha tanto para quem curte animações, homenagens ao cinema, ação e aventura e ficção-científica e para quem se contenta com personagens engraçados e de carisma ímpar, quanto para quem gosta de filmes que possuam um contexto mais elaborado e profundo (a tirada sobre o por que dos alienígenas sempre invadirem os EUA é uma das grandes sacadas do longa). Ou seja, o filme é diversão certa para pais e filhos, crianças e adultos, meninos e meninas.
NOTA: 8.
Ficha Técnica
Título Original: Monsters Vs. Aliens
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 94 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2009
Site Oficial: www.monstrosvsalienigenas.com.br
Estúdio: DreamWorks Animation
Distribuição: DreamWorks Distribution / Paramount Pictures
Direção: Rob Letterman e Conrad Vernon
Roteiro: Maya Forbes, Wallace Wolodarsky, Rob Letterman, Jonathan Aibel e Glenn Berger, baseado em estória de Conrad Vernon e Rob Letterman
Produção: Lisa Stewart
Música: Henry Jackman
Edição: Joyce Arrastia e Eric Dapkewicz
Elenco (vozes): Reese Whiterspoon, Seth Rogen, Hugh Laurie, Will Arnett, Kiefer Sutherland, Rainn Wilson, Paul Rudd, Jeffrey Tambor e Renée Zellweger.
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