sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cinema: Sex and the City 2 (EUA, 2010)


SINOPSE:

Samantha (Kim Cattrall) tentará encontrar uma mãe de aluguel para ter um filho. Charlotte (Kristin Davis) passará por uma crise no casamento por achar que está sendo traída. Miranda Hobbs (Cynthia Nixon) abrirá um restaurante em família. Carrie (Sarah Jessica Parker) mostrará as desventuras de sua relação com Mr. Big (Chris Noth), ao mesmo tempo em que volta a encontrar um antigo affair.

IMPRESSÕES:

Nunca assisti a um epísódio do seriado Sex and the City. Conferi o primeiro longa metragem para cinema, lançado em 2008, no aconchego do lar, em DVD. No geral, achei um filme monótono e fraco. Nenhum daqueles personagens, sejam eles do sexo feminino ou masculino me convenceram como personalidades "reais", pois me pareciam mais estereótipos distorcidos dos encontrados na "vida real". Contudo, o tempo passou e, cerca de dois anos após o lançamento do primeiro Sex in the City, eis que estréia nos cinemas mundiais a seqüencia do fraquíssimo, porém altamente rentável (mais de 500 milhões nas bilheterias mundiais) longa metragem. Sendo assim, não estava nenhum um pouco animado para assistir a esta seqüencia, até que recebi o convite de uma amiga (é você mesmo, Carol Santiago!) para assitir ao filme com ela. Como sempre recebo reclamações de que quando vou ao cinema (muitas vezes sozinho) nunca a chamo para ir comigo, resolvi aceitar o convite e encarar mais uma vez a feiosa da Sarah Jessica Parker (de Cadê os Morgan?), só que desta vez, com uma boa companhia.

Pois bem, chegamos ao cinema com cerca de 20 minutos de atraso e, contraiando todo o meu ritual (assitir ao espetáculo cinematográfico de cabo a rabo, dos anúncios comerciais aos créditos finais) pegamos o filme com o bonde andando. Contudo, apesar disso, parece que esses minutos iniciais não significaram muita coisa, visto que o entendimento (e até mesmo o ritmo) da trama de Sex and the City 2 ganharam bastante e, talvez o filme devesse mesmo começar a partir daquela discussão entre as quatro velhas amigas a respeito da bem-dotada babá de uma delas.

Quanto ao filme, Sex and the City 2 até que me agradou. Muitas vezes superior ao primeiro, apresenta algumas boas piadas e tiradas sobre celebridades (a referente a Jude's Law - traduzido esquisitamente como Lei de Jude Law) e referências pop em geral estavam bem colocadas no roteiro, além de algumas situações engraçadas pontuando toda a trama. O filme diverte, apesar dos excessos de estilização quanto ao universo feminino e quanto a total esteriotipação do universo muçulmano (as protogonistas foram passar uma semana em Abu-Dabi, nos Emirados Árabes), apesar de, em algumas passagens, utilizar de uma ironia bem construída, contudo pecando nos discursos óbvios, como a utilização da burca, a falta de liberdade sexual, dentre outros, como se o American Way of Life ainda fosse uma referência no que tange aos bons modos de costumes. Coisa de americano mesmo... porém tem bons questionamentos acerca de comportamento (tanto ocidental, quanto oriental - porém, sempre no universo quase que inalcancável das socialities), claro que de forma superficial.

Por fim, Sex and the City 2 se mostrou um bom passatempo, com algumas boas piadas e alguns clichês que não se apresentaram tão insuportáveis, o que já é um baita de um elogia para um tema/série que tinha, de certa forma, o meu repúdio. Pois bem, este epísodio tirou a minha má impressão do primeiro episódio e me fez sair da sala de cinema com o sentimento de que não perdi meus míseros reais na compra da entrada. Além do mais, o que ficou de positivo mesmo foi a possibilidade de reencontrar uma grande amiga, sorrir um pouco com ela, conversar bastante, fazer um lanche bacana (pós-filme) e esquecer de uma vez todas a "fuça" horripilante de Sarah Jessica Parker (a senhora Matthew Broderick, coitado!), que para quem não sabe é a protagonista do filme, Carrie.

Obs.: Daqui a poucos minutos terá início a Copa do Mundo, na África do Sul, com o jogo entre o país sede e a seleção do México. A partir de então meu foco estará 100% neste evento magistral. Portanto, não se espante se ao invés de textos sobre cinema encontrar comentários sobre partidas de futebol. Paixões serão sempre paixões, e o futebol, para mim, é uma delas!

Elenco: Sarah Jessica Parker, Kristin Davis, Cynthia Nixon, Kim Cattrall, Chris Noth, David Eigenberg, Evan Handler, Jason Lewis, Mario Cantone, Willie Garson, Miley Cyrus, Penélope Cruz, Max Ryan.

Ficha Técnica:
Diretor: Michael Patrick King
Produção: Michael Patrick King, Sarah Jessica Parker, Darren Star
Roteiro: Michael Patrick King
Fotografia: John Thomas
Duração: 146 min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: HBO Films / New Line Cinema / Village Roadshow Productions

Trailer:


terça-feira, 8 de junho de 2010

Cinema: Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo (Prince of Persia - The Sands of Time / EUA, 2010)


SINOPSE:

Pérsia, Idade Média. Dastan (Jake Gyllenhaal) é um jovem príncipe, que auxilia o irmão a conquistar uma cidade. Lá ele encontra uma estranha e bela adaga, a qual decide guardar. Tamina (Gemma Arterton), a princesa local, percebe que Dastan detém a adaga e tenta se aproximar dele para recuperá-la. A adaga possui o poder de fazer seu portador viajar no tempo, quando dentro dela há areia mágica. Só que Dastan é vítima de um golpe. Ele é o encarregado de entregar ao pai, o rei Sharaman (Ronald Pickup), uma túnica envenenada, que o mata. Perseguido como se fosse um assassino, ele precisa agora provar sua inocência e impedir que a adaga caia em mãos erradas.

IMPRESSÕES:

Nunca joguei o game no qual o filme é baseado. Também não estava muito animado com a estréia do mesmo após assistir ao seu trailer oficial. Pra completar, o filme foi vendido como um sucessor nato do megasucesso Piratas do Caribe, este que também nunca me agradou ferrenhamente (o primeiro episódio é bacana, mas nada de fenomenal). Sendo assim, fui ao cinema com uma expectativa bastante baixa e, com muita satisfação, admito que quebrei a cara já que, apesar de não ser uma obra prima, pude rever meu conceito e absorver um filme bastante divertido, incrivelmente bem feito (tanto no que se refere aos efeitos visuais, carro-chefe de qualquer produção moderna do gênero, quanto no quesito técnico-artesanal, vide a direção de arte, figurino e fotografia) e com um ótimo ritmo e narrativa, além de um elenco muito bem composto.

A trama do longa é simples e mistura com eficiência ação, romance, aventura e comédia, sem deixar de homenagear sua fonte, com elaboradas cenas de ação que misturam a agilidade do le pakour com piruetas dignas de acrobatas e trapezistas, aspecto este encontrado na versão original do personagem Dastan (vivido de forma discreta por Jake Gyllenhaal, de O Segredo de Brokeback Mountain) e que transcende com propriedade o poder e o destaque de um personagem protagonista de jogos de video-game, já que este deve sempre ter um diferencial com relação aos demais coadjuvantes, para que o jogador que o controla sempre se destaque perante os demais.

O elenco é completado por Gemma Aterton (uma espécie de Jennifer Garner mais jovem e bonita, vista recentemente em outro arrasa quarteirão de verão, o fraco Fúria de Titãs) , Sir. Ben Kingsley (de Gandhi), cada vez mais alternando pequenas produções indepentes com super produções escapistas e Alfred Molina (de Homem Aranha 2), o melhor coadjuvante do filme, extremamente a vontade e engraçado, além de ser possuidor das melhores falas.

O veterano diretor Mike Newell (de Harry Potter e o Cálice de Fogo e Quatro Casamentos e um Funeral) já está acostumado tanto com produções focadas nos personagens e nos conflitos entre eles, ou seja, na trama em si, quanto em blockbusters de aventura, como no caso do filme do bruxo mais famoso da atualidade. Aqui neste Príncipe da Pérsia, Newell consiga equilibrar, de maneira eficiente, a caracterização dos personagens, o densenvolvimento da trama (simples e clichê, porém eficiente e atrativa) com os cenários grandiosos e a pirotecnia das cenas de ação e dos efeitos visuais. Um outro ponto positivo a destacar é a disposição de se discutir temas relacionados a ambição e poder dentro do seio familiar, aspecto válido em um filme sem tantas pretensões e que nunca deteve a proposta de apresentar uma discussão Shakesperiana.

Príncipe da Pérsia não traz consigo nada de novo, nem resgata nenhuma idéia de forma fenomenal. Contudo, cumpre muito bem o seu papel e, apesar de não deter uma curta metragem, suas quase 2 horas de projeção passam de forma bastante dinâmica e conseguem manter o espectador sempre curioso acerca do que será apresentado depois.

No entanto, é válido fazer uma ressalva no que se refere a escalação do elenco. Apesar do mesmo ser de qualidade, ainda fica uma sensação indegesta ao se colocar ingleses calcasianos para interpretarem orientais. Tudo bem que esta é uma produção hollywoodiana, contudo tanto este aspecto (que prejudica a verossimilhança da obra), quanto a insistência de se aplicar um sotaque estranho aos personagens persas contribuem para o filme perder alguns pontos no que tange a sua força de convencimento.

Por fim, Príncipe da Pérsia não é um trabalho perfeito, muito menos horrível. É um produto divertido e eficiente, concebido na medida para agradar os órfãos de filmes de aventura de qualidade, principalmente numa safra tão ruim como esta de 2010 (filmes como Robin Hood e Fúria de Titãs não foram produtos tão-bem sucedidos). Se bem que, se depender dos números de bilheteria angariados pelo filme atá agora, ele deve juntar-se a este grupo. Contudo, apesar das falhas, este Príncipe da Pérsia se mostra como um produto um tanto quanto superior, principalmente no que mais importa para uma produção do tipo: o divertimento.

Elenco: Jake Gyllenhall, Gemma Artenton, Sir. Ben Kingsley e Alfred Molina.

Ficha Técnica:
Título original
:Prince of Persia: The Sands of Time
Gênero
:Aventura
Duração
:116 min
Ano de lançamento
:2010
Site oficial
:http://www.principedapersia.com.br
Estúdio
:Walt Disney Pictures / Jerry Bruckheimer Films
Distribuidora
:Walt Disney Studios Motion Pictures / Buena Vista International
Direção
: Mike Newell
Roteiro
:Doug Miro e Carlo Bernard, baseado em história de Jordan Mechner e Boaz Yakin e em jogo de videogame criado por Jordan Mechner
Produção
:Jerry Bruckheimer
Música
:Harry Gregson-Williams
Fotografia
:John Seale
Direção de arte
:Maria-Teresa Barbasso, Robert Cowper, David Doran, Gary Freeman, Marc Homes, Jonathan McKinstry, Stuart Rose, Alessandro Santucci, Tino Schaedler, Mark Swain, Luca Tranchino, Marco Trentini e Su Whitaker
Figurino
:Penny Rose
Edição
:Mick Audsley e Martin Walsh
Efeitos especiais
:Double Negative / Cinesite / FB-FX / Lipsync Post / Moving Picture Company / Nvizible / Plowman Craven & Associates


Trailer:


quinta-feira, 27 de maio de 2010

CINEMA: Robin Hood (EUA, 2010)



SINOPSE:


Robin Longstride (Russell Crowe) integra o exército do rei Ricardo Coração de Leão (Danny Huston), que está em plenas cruzadas. Após a morte do rei, ele consegue escapar juntamente com alguns companheiros. Em sua tentativa de fuga eles encontram Sir Robert Loxley (Douglas Hodge), que tinha por missão levar a coroa do rei a Londres. Loxley foi atacado por Godfrey (Mark Strong), um inglês que serve secretamente aos interesses do rei Filipe, da França. À beira da morte, Loxley pede a Robin que entregue a seu pai uma espada tradicional da família. Ele aceita a missão e, vestido como se fosse um cavaleiro real, parte para Londres. Após entregar a coroa ao príncipe João (Oscar Isaac), que é nomeado rei, Robin parte para Nottingham. Lá conhece Sir Walter (Max von Sydow) e Marion (Cate Blanchett), respectivamente pai e esposa de Loxley.


IMPRESSÕES:

Mais uma vez Hollywood rende-se a filmagem da lenda de Robin Hood. Contudo, dessa vez o foco está centrado numa versão com os dois pés na realidade. Comandada pelo veterano diretor inglês Ridley Scott (dos também épicos Gladiador e Cruzada), que trabalha mais uma vez com o astro Russel Crowe (repetindo a parceria com Scott, depois de Um Bom Ano, Rede de Mentiras, O Gângster e, é claro, Gladiador). Crowe interpreta Robin Hood nesse filme que aborda o mito de maneira mais real, com um foco menos fantástico do que o mostrado em suas outras versões cinematográficas. O filme, co-estrelado por Cate Blanchett (Elizabeth), como lady Marion, Mark Strong (Sherlock Holmes), como o antagonista de Hood, Sir. Godfrey, além do veterano Max Von Sydow (O Exorcista), Matthew Macfadyen (Orgulho e Preconceito), como o xerife de Nottingham (personagem completamente deseprdiçado na trama) e Danny Huston (30 Dias de Noite), numa ponta como o rei Ricardo Coração de Leão.

A história de Robin Hood passou por mudanças significativas com relação a lenda tão conhecida por todos, ganhando um ar de prelúdio, uma espécie de "Batman Begins medieval". Alguns aspectos funcionaram, outros nem tanto. É válido destacar a fotografia, o figurino e a direção de arte, que lembram bastante os dois épicos anteriores de Scott (Gladiador e Cruzada). As cenas de batalha também são muito bem coreografas, contudo o longa se estende demais e, apesar do bom início e do final corrido, o miolo do filme é arrastado e, quando chega o momento romântico da película, não convence, devido principalmente a falta de simpatia do casal Crowe e Blanchett (que, apesar disso, está belíssima com os cabelos em tons escuros).

Por fim, Robin Hood é, no geral, um bom filme. Comparado aos outros épicos de Ridley Scott, pode ser considerado o mais fraco, talvez pela falta de ousadia (apesar de ousar, digamos assim, na repaginação do mito), contudo vale a pena ser conferido, principalmente no que se refere aos detalhes técnicos. Quanto ao enredo em si, os furos no roteiro e a falta de profundidade de alguns personagens prejudicam a obra de maneira que, infelizmente, não a faz empolgar o expectador em demasia.

Elenco: Russel Crowe, Cate Blanchett, Mark Strong, Matthew Macfadyen, Kevin Durand, William Hurt e Danny Huston.

Ficha Técnica:
Título original
:Robin Hood

G
ênero:Aventura
Duração
:148 min
Ano de lançamento
:2010
Site oficial
:http://www.robinhoodthemovie.com/
Estúdio
:Universal Pictures | Imagine Entertainment | Relativity Media | Scott Free Productions
Distribuidora
:Universal Pictures (EUA) | United International Pictures - UIP
Direção
: Ridley Scott
Roteiro
:Brian Helgeland, baseado em história de Brian Helgeland, Ethan Reiff e Cyrus Voris
Produção
:Russell Crowe, Brian Grazer e Ridley Scott
Música
:Marc Streitenfeld
Fotografia
:John Mathieson
Direção de arte
:David Allday, Ray Chan e Karen Wakefiel

F
igurino:Janty Yates
Edição
:Pietro Scalia
Efeitos especiais
:Centroid Motion Capture | Hammerhead Productions | Moving Picture Company | Lola Visual Effects | Plowman Craven & Associates


Trailer:

terça-feira, 25 de maio de 2010

Cinema e DVD: Fúria de Titãs (Clash of the Titans, 1981/2010, EUA)


SINOPSE: Fúria de Titãs 1981

Na Grécia Antiga, Acrísio (Donald Houston), o rei de Argos, considerou uma grande desonra sua filha Dânae (Vida Taylor), que é solteira, ter tido um filho, Perseu (Harry Hamlin). Assim determinou que tanto a filha quanto o neto fossem presos num caixão, que foi jogado ao mar, de forma que sua honra seja restaurada. No Olimpo, Zeus (Laurence Olivier) tem a confirmação da ordem de Acrísio e fica bastante irado, pois Perseu era filho de Zeus. Hera (Claire Bloom), a esposa de Zeus, ainda tentou interceder, dizendo que Acrísio fez muitos templos para louvá-lo. Porém a decisão já estava tomada. Zeus ordena que Poseidon (Jack Gwillim) liberte o último titã, Kraken. Zeus deseja punir não apenas Acrísio mas também Argos, que será destruído. Paralelamente, ele diz para Poseidon fazer com que o caixão no qual estavam Dânae e Perseu chegasse numa tranquila e remota praia. Após a destruição de Argos, Zeus fica sabendo que Dânae e Perseu chegaram em segurança na ilha de Sérifos. Os anos passam e Perseu se torna um belo jovem. Paralelamente Calibos (Neil McCarthy), o filho da deusa Tétis (Maggie Smith), era tão cruel que Zeus decidiu puni-lo, dando-lhe uma aparência horrenda. Isto significava que não se casaria mais com a linda princesa Andrômeda (Judi Bowker), que vivia em Jopa, na Fenícia. Tétis ainda tentou obter a clemência de Zeus e, como não conseguiu, decidiu prejudicar Perseu, mostrando-lhe um mundo que ele desconhecia. Apesar de Perseu ter a proteção divina de seu pai, alguns seres mitológicos estão dispostos a destruí-lo.

SINOPSE: Fúria de Titãs 2010

Perseus (Sam Worthington) descobre que é o filho mortal de Zeus (Liam Neeson), mas recusa-se a aceitar tal condição. Contudo, para salvar a cidade de Argos da fúria dos deuses do olimpo e da vingança de seu tio Hades (Ralph Fiennes), ele vai ter que enfrentar uma perigosa jornada contra terríveis criaturas como a Medusa para salvar os simples mortais e a bela Andrômeda (Alexa Davalos) do sacrifício para o monstro Kraken.
IMPRESSÕES:

Sempre fui fascinado por histórias de fantasia, que tem como tema o fantástico, a imaginação, o sonho. Também fui fascinado por mitologia e heróis, em especial a grega, com toda a sua riqueza e percepção acerca do ser humano, mesmo que através de mitos e alegorias. Porém, apesar de ser um entusiasta do tema e um "cinefilinho" da Sessão da Tarde quando criança, não me recordo de ter assistido ao Fúria de Titãs clássico, de 1981. Muitos filmes passam por minha cabeça, tais quais Willow - Na Terra da Magia, Kull, Caravana da Coragem, A História Sem Fim, A Lenda etc (está certo que nenhum deles têm como tema a mitologia grega, mas todos apostam na fantasia como subtexto). Portanto, quando a estréia do remake de Fúria de Titãs estava prestes a estrear, decidi conferir o original antes para tentar estabelecer uma conexão e, como não poderia deixar de ser, comparar as obras, mesmo com a distância temporal e técnica que as separam.

Sendo assim, neste último domingo (23-5-2010) decidi assistir ao filme concebido pelo mago dos efeitos especiais em stop-motion (técnica que utiliza bonecos criados artesanalmente e que são manipulados e filmados quadro a quadro) Ray Harryhausen. O filme apresenta uma trama um tanto quanto inocente, característica esta recorrente nas aventuras da década de 1980, apresentando a história do semi-deus Perseu ( vivido pelo não muito expressivo Harry Hamlin) e sua luta para salvar a princesa Andrômeda, combatendo no caminho diversas criaturas, inclusive a Medusa e o terrível Kraken (criatura submarina que, na verdade, não pertence a mitologia grega, de acordo com as palavras do próprio Rayhausen).

Apesar dos efeitos especiais um tanto quanto toscos (até mesmo para a época, já pós Star Wars), o filme tem um ritmo interessante e é a partir da maneira inocente com que a história é contada que ele ganha o espectador, apresentando diversos personagens clássicos da mitologia grega, com destaque para o panteão de deuses, que possui alguns nomes famosos interpretando-os, a exemplo de Sir. Laurence Olivier (grande ator e diretor de diversas adaptações de obras de Shakespeare para o cinema nas décadas de 40 e 50), como Zeus, Maggie Smith (mais conhecida como a professora Minerva, da cine-série Harry Potter), como a deusa Tétis e Burgess Meredith (o eterno mestre de Rocky Balboa, na série de filmes de Sylvester Stallone), como Ammon, uma espécie de tutor do jovem Perseu. Além do bom elenco, o filme conta com locações belíssimas e críveis, além de uma trilha sonora marcante e que sustenta as cenas de ação com muito mais vigor do que os já não tão convincentes efeitos visuais do filme.

O Fúria de Titãs original é uma aventura interessante e divertida, mas não muito diferente de diversas outras produções da época e, portanto, tem como demérito a estrutura datada e superficial do enredo, mas se o que vale mesmo é a mitologia, certa ou errada ela está presente em cada quadro desta produção corajosa de 1981.

Quanto ao remake, fui assistí-lo ontem (24-5-2010) e, como já esperado (quando vi o trailer do filme não fiquei muito animado, pois tive a impressão de que o filme seria um emaranhado de efeitos e explosões sem enredo algum) ele não acrescentou muita coisa a obra original. Também com um casting de atros, a exemplo de Liam Neeson e Ralph Fiennes, que interpretam Zeus e Hades, respectivamente e que repetem a parceria feita anteriormanete no filme A Lista de Schindler, quando ambos atuaram juntos pela primeira vez, este novo Fúria de Titãs toma algumas liberdades artísticas quanto a história do filme original, mas repete o mesmo erro do mesmo, que é a falta de conteúdo na trama, que resulta num produto final um tanto quanto raso.

Tecnicamente o filme é sublime, apesar de exceder-se nos efeitos visuais, que acabam por transformar o ambiente em um painel de pixels artificiais, aspecto que o longa original não tinha, visto que o mesmo apresentava locações reais, em sua maioria. As cenas de combates são interessantes, mas não muito originais. Quanto as atuações, Neeson está mais discreto na atuação do que seu figurino (uma armadura à lá Cavaleiros do Zodíaco reluzente), apesar de repetir o mesmo papel dos seus últimos trabalhos (a exemplo do Leão Aslan, de As Crônicas de Nárnia, Henri Ducard, de Batman Begins e Qui Go Jin, de Star Wars - A Ameaça Fantasma). Fiennes está extremamente caricato como o deus Hades, com uma dicção à lá Voldemort, da saga Harry Potter (coincidência o mesmo ser também vivido pelo inglês?) e Sam Worthington (do arrasa-quarteirão Avatar), o novo queridinho de hollywood, entrega um Perseu completamente apático, sem profundidade e carisma, complicando assim para que espectador se identifique com o filme, já que ele é o protagonista da história. Além desses, é válido destacar as presenças femininas de Gemma Arterton (de Quantum of Solace - uma espécie de cover da Jennifer Garner, só que inglesa e mais charmosa) e Alexa Davalos, como a ignorada, porém belíssima princesa Andrômeda. O filme ainda conta com uma boa ponta de Pete Postlethwaite (Em Nome do Pai) e uma inútil de Danny Huston (Robin Hood), como o deus Poseidon, que se aparece por 2 minutos é muito.

Mas, apesar do grande elenco desperdiçado devido a inconsistência do enredo, este remake de Fúria de Titãs é divertido e cheio de ação (como pede a cartilha dos filmes evento de hollywood). Não apresenta nada muito cativante, nem fomenta o pensamento, mas diverte o espectador por quase duas horas se este, é claro, não for muito exigente.

Está em dúvida entre qual das versões assistir? Recomendo que veja as duas. De certa forma elas se complementam e talvez daí você possa extrair algo de interessante. No fim são bons passatempos, mas que com certeza não ficarão tanto tempo guardados na memória. Contudo, ainda fico aqui pensando: como seria legal se finalmente fizessem um bom filme sobre mitologia grega. Infelizmente, não me recordo de nenhum bom filme sobre o tema. Alguém se recorda?
Elenco (1981): Harry Hamlin, Judi Bowker, Burgess Meredith, Maggie Smith e Laurence Olivier.

Elenco (2010): Sam Worthington, Gemma Arterton, Liam Neeson, Ralph Fiennes, Alexa Davalos e Mads Mikkelsen.
Fichas Técnicas:

Título original:Clash of the Titans
Gênero
:Aventura
Duração
:01 hs 58 min
Ano de lançamento
:1981
Estúdio
:MGM / Titan Productions
Distribuidora
:MGM
Direção
: Desmond Davis
Roteiro
:Beverly Cross
Produção
:Ray Harryhausen e Charles H. Schneer
Música
:Laurence Rosenthal
Fotografia
:Ted Moore
Direção de arte
:Giorgio Desideri, Fernando Gonzalez, Peter Howitt e Don PIcton
Figurino
:Emma Porteus
Edição
:Timothy Gee

Título original
:Clash of the Titans
Gênero
:Épico
Duração
:118 min
Ano de lançamento
:2010
S
ite oficial:http://www.furiadetitas.com.br
Estúdio
:Warner Bros. Pictures / Legendary Pictures | Thunder Road Film / The Zanuck Company
Distribuidora
:Warner Bros. Pictures
Direção
: Louis Leterrier
Roteiro
:Travis Beacham, Phil Hay e Matt Manfredi, baseado em roteiro de Beverley Cross
Produção
:Kevin De La Noy e Basil Iwanyk
Música
:Stephen Coleman
Fotografia
:Peter Menzies Jr.
Direção de arte
:Patricio M. Farrell e James Foster
Figurino
:Lindy Hemming
Edição
:David Freeman e Vincent Tabaillon
Efeitos especiais
:CEG Media / Moving Picture Company / Neil Corbould Special Effects / The Visual Effects Company

Trailer: Fúria de Titãs 1981

Trailer: Fúria de Titãs 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

CINEMA: Homem de Ferro 2 (Iron Man 2, 2010 / EUA)


SINOPSE:

Após confessar ao mundo ser o Homem de Ferro, Tony Stark (Robert Downey Jr.) passa a ser alvo do governo dos Estados Unidos, que deseja que ele entregue seu poderoso traje. Com a negativa, o governo passa a desenvolver um novo traje com o maior rival de Stark, Justin Hammer (Sam Rockwell). Jim Rhodes (Don Cheadle), o braço direito de Tony, é colocado no centro deste conflito, o que faz com que assuma a identidade de Máquina de Combate. Paralelamente, Ivan Vanko (Mickey Rourke) cria o alter-ego de Whiplash para se vingar dos atos da família Stark no passado. Para combater Whiplash e a perseguição do governo, Stark conta com o apoio de sua nova assistente, Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), e de Nick Fury (Samuel L. Jackson), o diretor da S.H.I.E.L.D.

IMPRESSÕES:

Poucas seqüencias conseguem superar a obra original. Porém, também são poucas as que, apesar de não superarem, manterem o grande nível da primeira apresentando uma continuação que honra e dá, como o termo diz, continuidade ao universo apresentado. E é nesta condição que se encontra Homem de Ferro 2. A continuação do badalado longa de 2008 está, literalmente, "pau a pau" com o filme original. Tendo seu início imediatamente após o término do anterior, quando Tony Stark (rosto e alma de Robert Downey Jr., de O Solista) revela numa coletiva de imprensa que é o Homem de Ferro, a trama do longa acompanha as conseqüencias das até então imaturas decisões de Stark, que acabam trazendo diversos problemas para ele, sua empresa e seus amigos mais próximos (Pepper Potts, interpretada por Gwyneth Paltrow, de Amantes e Jim Rhodes, vivido no longa anterior por Terrence Howard e neste por Don Cheadle, ambos de Crash - No Limite). Além de passar por uma provação, visto que Stark está na mira de um misterioso cientista russo, que desejva vingança contra o clã Stark, com o auxílio de um empresário rival de Tony, Justin Hammer.

Além de trazer grande parte do casting do filme anterior (à excessão de Howard, que foi muito bem substituído), Homem de Ferro 2 apresenta uma nova leva de coadjuvantes de mão cheia. São eles Mickey Rourke (O Lutador), como o vilão Whiplash, o tal cientista russo. Sam Rockwell (Choke - No Sufoco), que interpreta de maneira brilhante o executivo mal caráter Justin Hammer, além das boas presenças de Scarlett Johanson (Vicky Christina Barcelona), belíssima e sensual como Natasha Romanov (Viúva Negra para os fãs de HQs) e de Samuel L. Jackson (The Spirit), como o Nicky Fury, manda-chuva da agência S.H.I.E.L.D.

O diretor Jon Favreau (Zathura) mais uma vez mostra um trabalho competente, que apresenta com equilíbrio cenas de ação de tirar o fôlego (apesar de um tanto quanto curtas, a exemplo do clímax final) e desenvolvimento dos personagens, não só Tony Stark. E é este justamente o destaque do longa, já que quase todos os personagens apresentados tem um certo destaque na trama e não são esquecidos no desenvolvimento desta (incluindo aí o agente Coulson (Clark Gregg, de Choke - No Sufoco) e o pau pra toda hora de Stark, Happy Hogan, interpretado pelo próprio Favreau). E é justamente através dos diálogos e da narrativa que o filme se destaca, até mesmo mais do que as seqüencias de ação. A qualidade narrativa e a edição primorosa são tão boas que, juntamente a fantástica interpretação de Downey Jr., o personagem Tony Stark torna-se mais interessante e atrai mais o público do que seu alter-ego, o Homem de Ferro.

Por fim, um grande filme, repleto de ação, aventura, comédia, drama e, principalmente, ótimos personagens com personalidades próprias. Candidatíssimo a maior bilheteria do ano, Homem de Ferro 2 é diversão de alta qualidade e que, de maneira competente, aumenta o grau de periculosidade em comparação ao primeiro episódio, sem cair no exagero. Que venha o fechamento da trilogia e o tão esperado filme do citado projeto Vingadores. Execelente seqüencia.

Obs.: Confira o filme até o final dos créditos, principalmente se você for um conhecedor do universo dos quadrinhos da Marvel.

Elenco: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Don Cheadle, Scarlett Johanson, Sam Rockwell, Samuel L. Jackson e Mickey Rourke.

Ficha Técnica:
Título original
:Iron Man 2
Gênero
:Aventura
Site oficial
:http://www.ironmanmovie.com
Estúdio
:Marvel Entertainment / Marvel Studios / Marvel Productions / Fairview Entertainment
Distribuidora
:Paramount Pictures / UIP
Direção
: Jon Favreau
Roteiro
:Justin Theroux, baseado nos quadrinhos de Stan Lee, Don Heck, Larry Lieber e Jack Kirby
Produção
:Kevin Feige
Música
:John Debney
Fotografia
:Matthew Libatique
Direção de arte
:Page Buckner, Michael E. Goldman e Suzan Wexler
Figurino
:Mary Zophres
Edição
:Dan Lebental e Richard Pearson
Efeitos especiais
:Industrial Light & Magic / Double Negative / Makeup Effects Laboratories / The Third Floor / Tinsley Transfers


TRAILER:

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Top BLOCKBUSTERS 2010

Como é de praxe, abaixo seguem os principais concorrentes a maiores bilheterias do ano. Os esperadíssimos filmes de verão, que , mais uma vez, dividem-se praticmante entre seqüencias e/ou adaptações de histórias em quadrinhos e vídeo-games. Falta de criatividade ou oportunismo da indústria cinematográfica? Este é um ponto a ser discutido (e redescutido, e redescutido) em outra oportunidade. Por enquanto, confiram a lista, algumas informações e os trailers dos filmes que prometem (ou não) arrassarem nas bilheterias do mundo inteiro.

1. HOMEM DE FERRO 2 (Iron Man 2). Estréia: 30 de abril (Brasil) / 7 de maio (EUA).


Seqüencia da adaptação dos quadrinhos da Marvel Comics e grande sucesso de público e crítica em 2008. Grande candidato a recordista de bilheteria do ano e um dos filmes mais esperados da temporada.

Elenco: Robert Downey Jr. (de Sherlock Holmes), Gwyneth Paltrow (de Amantes), Don Cheadle (de Hotel Ruanda), Scarlett Johanson (de Vicky Christina Barcelona), Mickey Rourke (de O Lutador) e Sam Rockwell (de Choke).

Ficha Técnica:
Título original
:Iron Man 2
Gênero
:Aventura
Site oficial
:http://www.ironmanmovie.com
Estúdio
:Marvel Entertainment / Marvel Studios / Marvel Productions / Fairview Entertainment
Distribuidora
:Paramount Pictures / UIP
Direção
: Jon Favreau
Roteiro
:Justin Theroux, baseado nos quadrinhos de Stan Lee, Don Heck, Larry Lieber e Jack Kirby
Produção
:Kevin Feige
Música
:John Debney
Fotografia
:Matthew Libatique
Direção de arte
:Page Buckner, Michael E. Goldman e Suzan Wexler
Figurino
:Mary Zophres
Edição
:Dan Lebental e Richard Pearson
Efeitos especiais
:Industrial Light & Magic / Double Negative / Makeup Effects Laboratories / The Third Floor / Tinsley Transfers


TRAILER:


2. ROBIN HOOD. Estréia: 14 de maio (Brasil/EUA).


Mais uma parceria entre Ridley Scott e Russel Crowe (Gladiador, Um Ano Bom, O Gângster e Rede de Mentiras), dessa vez revisitando um dos personagens mais popularesdo mundo, num filme que parece apostar numa proposta mais realista do que as diversas outras versões cinematográficas já feitas.

Elenco: Russel Crowe (de Os Indomáveis), Cate Blanchett (de Não Estou Lá), Matthew Macfadyen (de Orgulho e Preconceito), Danny Huston (de 30 Dias de Noite), Kevin Durand (de X-Men Origens - Wolverine) e William Hurt (de O Incrível Hulk).

Ficha Técnica:
Título original:Robin Hood
Gênero:Aventura
Site oficial:http://www.robinhoodthemovie.com/
Estúdio:Universal Pictures | Imagine Entertainment | Relativity Media | Scott Free Productions
Distribuidora:Universal Pictures (EUA) | United International Pictures - UIP
Direção: Ridley Scott
Roteiro:Brian Helgeland, baseado em história de Brian Helgeland, Ethan Reiff e Cyrus Voris
Produção:Russell Crowe, Brian Grazer e Ridley Scott
Música:Marc Streitenfeld
Fotografia:John Mathieson
Direção de arte:David Allday, Ray Chan e Karen Wakefield
Figurino:Janty Yates
Edição:Pietro Scalia
Efeitos especiais:Centroid Motion Capture | Hammerhead Productions | Moving Picture Company | Lola Visual Effects | Plowman Craven & Associates


TRAILER:


3. SEX AND THE CITY 2. Estréia: 28 de maio (Brasil/EUA).


Continuação do grande sucesso de 2008, mais uma vez acompanhando as desventuras das quatro amigas e suas desilusões na Big Apple. Sucesso na TV, agora a Warner tenta criar uma franquia nos cinemas.

Elenco: Sarah Jessica Parker (de Armações do Amor), Kim Cantrall (de Loucademia de Polícia), Kristin Davis, Cynthia Nixon, Chris Noth, Penélope Cruz (de Amores Perdidos) e Miley Cirus (de Hannah Montana - O Filme).

Ficha Técnica:
Título original:Sex and the City 2
Gênero:Comédia Romântica
Estúdio:Warner Bros. Pictures
Distribuidora:Warner Bros. Pictures
Direção: Michael Patrick King
Roteiro:Michael Patrick King
Produção:Michael Patrick King, John P. Melfi, Sarah Jessica Parker e Darren Star
Fotografia:John Thomas
Direção de arte:Miguel López-Castillo e Marco Trentini
Figurino:Patricia Field, Paolo Nieddu, Jacqueline Oknaian, Jessica Replansky, Molly Rogers e Danny Santiago
Edição:Michael Berenbaum


TRAILER:


4. O PRÍNCIPE DA PÉRSIA - AS AREIAS DO TEMPO. Estréia: 28 de maio (Brasil/EUA).


Adaptação do famoso video-game, marca a nova tentativa do produtor Jerry Bruckheimer de iniciar uma franquia cinematográfica de sucesso, a exemplo de Piratas do Caribe. Dirigido pelo inglês Mike Newell (de Harry Potter e o Cálice de Fogo) e estrelado por Jake Gyllenhaal (de O Segredo de Brokeback Mountain), o filme aposta na aventura e nos efeitos visuais, a exemplo da já citada franquia "do Caribe".

Elenco: Jake Gyllenhaal, Gemma Arterton (de Quantum of Solace), Alfred Molina (de Homem-Aranha 2) e Ben Kingsley (de A Ilha do Medo).

Ficha Técnica:
Título original:Prince of Persia: The Sands of Time
Gênero:Aventura
Site oficial:http://adisney.go.com/disneypictures/princeofpersia/
Estúdio:Walt Disney Pictures / Jerry Bruckheimer Films
Distribuidora:Walt Disney Studios Motion Pictures / Buena Vista International
Direção: Mike Newell
Roteiro:Doug Miro e Carlo Bernard, baseado em história de Jordan Mechner e Boaz Yakin e em jogo de videogame criado por Jordan Mechner
Produção:Jerry Bruckheimer
Música:Harry Gregson-Williams
Fotografia:John Seale
Direção de arte:Maria-Teresa Barbasso, Robert Cowper, David Doran, Gary Freeman, Marc Homes, Jonathan McKinstry, Stuart Rose, Alessandro Santucci, Tino Schaedler, Mark Swain, Luca Tranchino, Marco Trentini e Su Whitaker
Figurino:Penny Rose
Edição:Mick Audsley e Martin Walsh
Efeitos especiais:Double Negative / Cinesite / FB-FX / Lipsync Post / Moving Picture Company / Nvizible / Plowman Craven & Associates


TRAILER:


5. TOY STORY 3. Estréia: 18 de junho (EUA) / 25 de junho (Brasil).


Muitíssimo esperada seqüencia de uma das maiores animações da história do cinema, dessa vez com o acrécimo do sistema 3D.

Elenco (vozes): Tom Hanks (de Jogos do Poder), Tim Allen (de Motoqueiros Selvagens), Michael Keaton (de Vozes do Além), Joan Cusack (de Ensinando a Viver), R. Lee Ermey (de Nascido Para Matar), Timothy Dalton (de Chumbo Grosso) e Whoopi Goldberg (de A Cor Púrpura).

Ficha Técnica:
Título original:Toy Story 3
Gênero:Animação
Estúdio:Walt Disney Pictures / Pixar Animation Studios
Distribuidora:Walt Disney Studios Motion Pictures
Direção: Lee Unkrich
Roteiro:Michael Arndt
Produção:Darla K. Anderson
Música:Randy Newman


TRAILER:

Legendado


Dublado

6. A SAGA CREPÚSCULO: ECLIPSE. Estréia: 30 de junho (Brasil /EUA).


Terceira parte de um dos maiores fenômenos juvenis (e femininos, em sua grande parte) da atualidade. Adaptação do romance Eclipse, que acompanha o romance e os dilemas de um triângulo amoroso entre uma adolescente, um vampiro e um lobisomem.

Elenco: Kristen Stewart (de Na Natureza Selvagem), Robert Pattinson (de Lembranças), Taylor Lautner (de Shark Boy e Lavagirl), Billy Burke, Nikki Reed, Dakota Fanning (de A Menina e o Porquinho), Bryce Dallas Howard (de A Dama na Água), Anna Kendrick (de Amor Sem Escalas), Catalina Sandino Moreno (de Che) e Michael Sheen (de Frost/Nixon).

Ficha Técnica:
Título original:The Twilight Saga: Eclipse
Gênero:Romance
Estúdio:Summit Entertainment / Imprint Entertainment
Distribuidora:Summit Entertainment / Paris Filmes
Direção: David Slade
Roteiro:Melissa Rosenberg, baseado em livro de Stephenie Meyer
Produção:Wyck Godfrey, Greg Mooradian e Karen Rosenfelt
Música:Howard Shore
Fotografia:Javier Aguirresarobe
Direção de arte:Catherine Ircha e Jeremy Stanbridge
Figurino:Tish Monaghan
Edição:Art Jones
Efeitos especiais:Image Engine Design / Tippett Studio / Lola Visual Effects / Proof


TRAILER:


7. SHREK PARA SEMPRE 3D. Estréia: 21 de maio (EUA) / 9 de julho (BRA).


Quarta e, provavelmente, último capítulo da saga do orgo Shrek nos cinemas. Como Toy Story, este lançamento aposta nos recursos de 3D para chamar a atençaõ do público.

Elenco (vozes): Mike Myers (de O Guru do Amor), Eddie Murphy (de Dreamgirls), Cameron Diaz (de A Caixa) e Antonio Banderas (de Jogo Entre Ladrões).

Ficha Técnica:
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil
Gênero: Animação
Origem: EUA
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Mike Mitchell,
Produção: Tim Sullivan, Josh Klausner


TRAILER:

Legendado


Dublado

8. O ÚLTIMO MESTRE DO AR. Estréia: 2 de julho (EUA) / 23 de julho (BRA).


Primeira incursão do cineasta indiano M. Night Shyamaln (de O Sexto Sentido e Sinais) num projeto que não foi escrito por ele. Este filme é uma adaptação de um desenho animado do canal Nickelodeon, famoso em diversos países, inclusive no Brasil.

Elenco: Noah Ringer, Nicole Peltz, Jackson Rathbone, Dev Patel (de Quem Quer Ser um Milionário?), Aasif Mandvi, Shaun Toub e Cliff Curtis.

Ficha Técnica:
Título Original: The Last Airbender
Gênero: Aventura
Direção:M. Night Shyamalan
Roteiro:M. Night Shyamalan, Michael Dante, Vincent DiMartino
Produtores:Bryan Konietzko, Frank Marshall, Jose L. Rodriguez, Kathleen Kennedy, M. Night Shyamalan, Michael Dante DiMartino, Sam Mercer, Scott Aversano


TRAILER:

terça-feira, 27 de abril de 2010

CINEMA: Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, 2010 / EUA)



SINOPSE:


Alice (Mia Wasikowska) é uma jovem de 17 anos que passa a seguir um coelho branco apressado, que sempre olha no relógio. Ela entra em um buraco que a leva ao País das Maravilhas, um local onde esteve há dez anos apesar de nada se lembrar dele. Lá ela é recepcionada pelo Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) e passa a lidar com seres fantásticos e mágicos, além da ira da poderosa Rainha de Copas (Helena Bonham Carter).

IMPRESSÕES:

Sempre fui fã do trabalho do diretor Tim Burton (A Fantástica Fábrica de Chocolate). Desde seus dois filmes do Batman, passando por Edward Mãos de Tesoura, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, até mesmo seu tão criticado remake de O Planeta dos Macacos e o frio Sweeney Todd, aprecio bastante estes e outros trabalhos do realizador norte-americano, principalmente por sua marca registrada: o jeito peculiar de criar mundos, sua brilhante e criativa direção de arte. Os filmes de Burton são feitos de belíssimas imagens surreais, porém com características palpáveis, que envolvem o espectador. Contudo, eis que Burton decide comandar mais uma adaptação da classíca obra de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas e, o que tinha tudo para ser um casamento perfeito (loucura literária e apelo visual nas mãos de Burton? Perfeito, não?) na verdade se mostrou com um dos raros (talvez o maior) enganos na carreira desde imagético diretor de cinema.

Quando as primeiras imagens na adaptação de Alice foram disponibilizadas na Internet, confesso que fiquei extremamente empolgado. As figuras surreais presentes na obra de Carroll pareciam ter sido levadas ao extremo da estranheza, e a espera pelo lançamento do filme crescia cada vez mais. Com um elenco repleto de grandes atores e atrizes (Johnny Depp (companheiro habitual de Burton), Helena Bonham-Carter (esposa de Burton), Anne Hathaway, Crispin Glover (o eterno pai de Marty McFly, em De Volta para o Futuro), além das marcantes vozes de Alan Rickman, Christopher Lee, Stephen Fry, dentre outros, e a divulgação de que o filme seria exibido em 3D alimentaram ainda mais a expectativa de uma viagem marcante do espectador por um mundo louco, porém maravilhoso. Até as obras de Carrol (Alice no País das Maravilhas e Alice no Páis do Espelho) eu li, para que a minha imersão nesse mundo mágico fosse a experiência mais completa possível.

Contudo, infelizmente minha expectativa não foi satisfeita. O longa comandado por Burton é pequeno e insignificante comparado a obra original (e até mesmo ao desenho animado produzido pela mesma Disney que bancou esta adaptação, nos distantes anos 1950). Com atuações forçadas e sem apelo nem carisma (Depp e a protagonista, Mia Wasikowska não envolvem o espectador, não parecem viver aquele mundo), Alice no País das Maravilhas não convence ao apresentar esse mundo fantástico, que possui um belo visual e uma direção de arte belíssima (fato recorrente nos trabalhos do diretor) que remete a pinturas a óleo, porém sem mobilidade, já que o espectador fica com uma melhor impressão através das fotos disponibilizadas durante a divulgação do longa, do que com as imagens em movimento presentes no filme em si. Os efeitos visuais também comprometem demais a fixação imagética do filme no espectador, onde apesar de toda a estilização procurada para chocar o espectador, a dinâmica dos efeitos ficam aquém dos recursos tecnológicos disponíveis hoje no que se refere a criação e manipulação de efeitos visuais (não dá nem para comparar ao brilhante Avatar).

E, se no aspecto visual (sempre um grande trunfo de Burton) o filme não convence, o que dizer da total falta de estrutura dramática e de uma narratiza no longa? Ao contrário do clássico de Carroll, esta adaptação de Alice no País das Maravilhas não trabalha de forma eficaz os contrapontos e questionamentos apontados no livro, como as tão presentes charadas e enigmas, além das canções, poemas e demais intervenções inter-textuais presentes na obra literária. O longa roteirizado por Linda Woolverton é raso e causa um ínfimo impcato no expecator. Sendo assim, o que dizer de um filme que depende do visual para levar o espectador a este mundo, mas é infeliz em sua missão. Depende da qualidade narrativa para manter o espectador neste mundo, contudo não consegue cumprir essa missão. Infelizmente, um dos raros momentos de pouca inspiração de Burton e equipe. Talvez seja hora do diretor rever alguns conceitos, tentar uma reciclagem ou até mesmo optar por desenvolver um filme baseado em um argumento próprio, como no caso de Edward Mãos de Tesoura. Há rumores de que um possível novo projeto de Burton seja a adaptação de um curta de sua autoria, Frankweenie, como um longa metrage. Caso esta informação seja verdadeira, pode ser que dê um respiro a carreira do inentivo e autoral diretor. Quanto a Alice, em resumo, uma decepção. Um conselho? Procure ler os livros e viaje na narrativa e nas imagens que serão formadas em sua cabeça. Provavelmente nela as imagens serão mais palpáveis do que as apresentada por Burton.

Obs.: É válido dizer que assisti a uma cópia dublada e em 2D, porém creio que isto não contribui em nada para esta avaliação um tanto quanto negativa do filme.

Elenco: Johnny Depp, Mia Wasikowska, Helena Bonham Carter, Crispin Glover, Anne Hathaway, Michael Sheen, Alan Rickman, Stephen Fry e Christopher Lee.

Ficha Técnica:
Título original
:Alice in Wonderland
Gênero
:Aventura
Duração
:108 min
Ano de lançamento
:2010
Site oficial
:http://disney.go.com/disneypictures/aliceinwonderland/
Estúdio
:Walt Disney Pictures / Tim Burton Productions / Roth Films / Team Todd / The Zanuck Company
Distribuidora
:Buena Vista International
Direção
: Tim Burton
Roteiro:Linda Woolverton, baseado em romance de Lewis Carroll
Produção
:Tim Burton, Joe Roth, Jennifer Todd, Suzanne Todd e Richard D. Zanuck
Música
:Danny Elfman
Fotografia
:Dariusz Wolski
Direção de arte
:Tim Browning, Todd Cherniawsky, Andrew L. Jones, Mike Stassi e Christina Ann Wilson
Figurino
:Colleen Atwood
Edição
:Chris Lebenzon
Efeitos especiais
:Sony Pictures Imageworks / Svengali Visual Effects / Plowman Craven & Associates / CafeFX / Matte World Digital


Trailers:

Legendado



Dublado

quinta-feira, 4 de março de 2010

DVD: A Órfã (Orphan, 2009 / EUA)


SINOPSE:


Kate (Vera Farmiga) e John Coleman (Peter Sarsgaard) ficam arrasados devido a um trágico aborto. Apesar de já ter dois filhos, Daniel (Jimmy Bennett) e a surda muda Maxime (Aryana Engineer), o casal decide adotar uma criança. Durante uma visita a um orfanato, os dois se encantam pela pequena Esther (Isabelle Fuhrman) de nove anos e optam rapidamente por sua adoção. O que eles não sabiam é que estranhos acontecimentos fazem parte do histórico da menina que passa a se tornar, dia após dia, mais misteriosa. Intrigada, Kate desconfia que Esther não é quem aparenta ser, mas devido ao seu passado de alcoolismo tem dificuldades de provar sua teoria.


IMPRESSÕES:

Uma ótima surpresa este novo trabalho do diretor Jaume Collet-Serra (do slasher A Casa de Cera). Este suspense familiar, com uma pegada de filme selecionado para passar no Super Cine, envolve e causa impacto devido à uma característica muitas vezes inexistentes nos tantos longas do gênero lançados a toque de caixa por Hollywood: o drama pessoal. Tanto quanto os sustos e o clima tenso, A Órfã aposta na construção do cotidiano da família que decide adotar uma criança, na tentativa de substituir uma criança que já não faz mais parte dela. O casal que decide por adotar a criança (que já é bem crescidinha e é interpretada com impacto e desenvoltura por Isabelle Fuhrman), vividos por Vera Farmiga (de Os Infiltrados) e Peter Saarsgard (de Educação), junto a seus dois filhos de “sangue” passam por momentos complicados no casamento e, o acréscimo de mais uma pessoa a estrutura dessa família ameaça destruir o pouco de harmoniza que ainda imperava nesta família.


Apesar de alguns clichês no seu ato final, A Órfã é um trabalho bastante eficiente no que se contrapõe que, apesar dos excessos tão conhecidos do gênero (além de suas reviravoltas geralmente inverossímeis), ganha força devido ao balanço entre o suspense e o drama, que permite que o espectador se importe e se envolva com os acontecimentos vividos pelos personagens, além do ótimo elenco que, apesar de não contar com nenhum grande astro, transparece talento e afinco pelo projeto. Com certeza o melhor trabalho da produtora Dark Castle (de títulos como Na Companhia do Medo, Navio Fantasma, dentre outros), que neste longa aposta na versatilidade e, felizmente, dá um tempo nas já tão saturadas histórias sobre possessão e espíritos assassinos à lá O Chamado, O Grito e congêneres.


EXTRAS:


O filme conta apenas com algumas cenas cortadas da edição final como material extra, além de um final alternativo bem fraquinho.


NOTA: 7.


Ficha Técnica:

Título original:Orphan

Gênero:Terror

Duração:02 hs 03 min

Ano de lançamento:2009

Site oficial:http://orphan-movie.warnerbros.com/

Estúdio:Warner Bros. Pictures / Dark Castle Entertainment / Appian Way / Studio Babelsberg Motion Pictures / Studio Canal / DCP Orphan Productions / Don Carmody Productions

Distribuidora:Warner Bros. Pictures

Direção: Jaume Collet-Serra

Roteiro:David Johnson, baseado em estória de Alex Mace

Produção:Susan Downey, Leonardo DiCaprio, Jennifer Davisson Killoran e Joel Silver

Música:John Ottman

Fotografia:Jeff Cutter

Direção de arte:Patrick Banister e Pierre Perault

Figurino:Antoinette Messam

Edição:Timothy Alverson

Efeitos especiais:Lola Visual Effects / Hybride Technologies / Image Engine Design / Prologue Films / Pacific Title and Art Studio


Trailer:


domingo, 10 de janeiro de 2010

ESPECIAL: Os Melhores e os Piores filmes de 2009

Não saberia afirmar com toda a certeza se 2009 foi um ano melhor do que 2008 no mundo do cinema. Ambos os anos (apesar da crise dos roteiristas de Hollywood, entre 2007 e 2008) apresentaram grandes lançamentos, grandes novidades e, como não poderia deixar de ser, grandes fracassos e lixos. Talvez 2009 tenha tido sorte devido à pluraridade de gêneros que dominaram os charts de bilheteria mundial, contudo também foi um ano de fracassos anunciados e surpresas negativas. Segue abaixo, em ordem de importânica, os melhores filmes do ano, na minha opinião. Alguns nomes, como O Lutador e Frost/Nixon, originalmente lançados em 2008, estão presentes na lista devido a estes só tirem sido lançados no mercado nacional e, portanto, vistos por mim no ano de 2009. A seguir, apresento pior blockbuster (ou pretenso blockbuster) do ano, seguido da maior decepção do ano e finalizo com a pior seqüencia (que já é praticamente um gênero do cinema americano) do ano. Foi bastante trabalhoso elaborar todos os textos e, acho que devidoà extensão de todo o material pode ser descontado o período de um mês sem atualizações no blog. Pois bem, vamos aos melhores filmes do ano passado, que, é válido frisar, não estão em ordem de preferência (adotei a genérica e conhecida ordem alfabética). Com vocês, os meus destaques do ano de 2009:

- AVATAR, de James Cameron.

Um passeio para outra realidade. O deslumbramento com um universo novo e tangível. A ilusão de entrar na tela de cinema e ultrapassar a linha entre a realidade e a ficção, entre o possível e o impossível, entre o concreto e o abstrato. A comprovação de que através do cinema o homem pode ser levado para qualquer pode ser levado para qualquer destino, até mesmo àqueles que na verdade não existem. Nem todos os filmes provocam tais efeitos nos espectadores, muito menos se forem analisados os longas dos últimos cinco anos. Contudo, esta nova obra de James Cameron, o visionário diretor do filme de maior sucesso de público da história do cinema, Titanic, além de realizador de títulos ímpares do cinema moderno, como os dois primeiros episódios de "O Exterminador do Futuro", o segundo capítulo da série Alien, intitulado "Aliens - O Resgate", além dos "menores "O Segredo do Abismo" e "True Lies", conseguiu transpor estes limites ao apresentar neste novo trabalho, intitulado Avatar, um mundo completamente novo, possuidor de espécies naturais próprias (fauna e flora complexas, geografia única etc) e, mais importante ainda, de uma concepção estrutural incrivelmente crível, com a exploração de dialetos e manifestações culturais (importantíssimo para que a ilusão de "real" de Avatar possa vir a ser concretizada), por parte dos Na'vi, por exemplo, que é como é definida a raça humanoide que reside na lua de Pandora, espaço este onde a trama do filme é desenvolvida, e que é o destaque do filme. Simplesmente fascinante.

Com toda a certeza, eu, como espectador de cinema, como consumidor desta arte, não sentia tamanha imersão dentro de um universo que não fosse o meu, ou seja, completamente ficcional (tanto por ser cinema, quanto pela conceitualização da idéia), desde o final da trilogia "O Senhor dos Anéis" (aliás, talvez desde o remake de "Kink Kong", de 2005 - coincidentemente do realizador da trilogia do anel, Peter Jackson). Avatar, com toda a sua complexidade conceitual e, além disso, com o seu tratamento visual inacreditavelmente deslumbrante (infelizmente não tive a oportunidade de visualizar o longa através da tecnologia 3D - o filme foi construído pensando nesta plataforma -; com certeza a experiência seria exponencialmente amplificada) pode ser considerado como o ponto de partida (apesar alguns títulos o terem precedido) de uma nova dimensão na maneira de se conceber filmes. Fico aqui apenas vislumbrando como seria fascinante acompanhar Avatar numa sala de cinema I-Max com tecnologia 3D. É de ficar banbando...

Quanto ao enredo de Avatar, este não apresenta muitas novidades. A trama é até certo ponto simples, tanto em sua concepação narrativa, quanto em conteúdo e carrega uma paráfrase acerca da contínua exploração humana dos recursos naturais e pela natureza em geral (incluem-se aí a escravidão e/ou a exploração territorial, à semelhança das grandes navegações do século XV). Na verdade, a trama de Avatar nada mais é do que uma recontextualização da lenda de Pocahontas, anexada a conceitos modernos de sustentabilidade e preceitos espirituais, resultando assim num pensamento filosófico simples, direto, porém impactante, apesar de nada original, tanto em concepção, quanto em forma, como já fora destacado.

Por fim, trama simples e eficiente. Conteúdo de questionamento, atual e importante. Concepção artística e visual perfeitas. Montagem ascendente, que não segura imagens ou informações do espectador além do tempo necessário, mas sim o conquista. Entretenimento pensante, sem deixar de entreter (dã). Filme mais caro do ano (quiçá da história) e, apesar de estar em cartaz a pouco mais de três semanas, já detém o posto de segundo lugar dentre as maiores bilheterias da história do cinema (advinha de quem é a primeira posição). Prováveis indicações à prêmios à vista (o Globo de Ouro já fez a sua parte) e uma seqüência praticamente certa. entre altos e baixos, tropeços e sucessos, o cinema popular caminha, apesar dos percalços e crises criativas, rumo a um novo caminho e, felizmente ou não, quer se concorde ou não, Avatar ajudou a mostrar esta direção de futuro e já deu o primeiro passo. Que venha a seqüência, pois Mr. Cameron com certeza terá por objetivo quebrar mais um paradigma. O cinema e, por que não, o mundo do entretenimento, agradece. O mundo apresentado em Avatar é real!

Avatar. De James Cameron. Com Sam Worthington, Zöe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang, Michelle Rodriguez e Giovanni Ribisi. Twentieth Century Fox. 166 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=-8l_Z11sxyY

- Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino.

É incrível como o tema II Guerra Mundial continua inspirando a indústria de entretenimento, vide o lançamento em massa de livros, revistas e documentários, em especial o cinema, visto os diversos filmes lançados que abraçaram esta temática nos últimos anos, sejam emotivos como "O Resgate do Soldado Ryan", sejam reflexivos como "Além da Linha Vermelha", ou até mesmo questionadores e comparativos, como a dupla "A Conquista da Honra" e "Cartas de Iwo Jima" e polêmicos como "Milagre em Sta. Anna". Contudo, apesar de alguns focos difusos serem apresentados (vide justamente dramas como "O Pianista", "O Leitor" e "Um Homem Bom"), em sua maior parte das produções que retratam a grande guerra não apresentam novas interpretações, novas amostragens estéticas, outras visões sobre tão famoso episódio da tragédia humana.

Entretanto, dentre esta vastidão de títulos, alguns se sobressaem pelo seu foco diferenciado, pela estilização do episódio sem que este perca sua principal conotação: a tragédia. E, entre os que obtiveram êxito estão títulos como "O Grande Ditador", de Chaplin e "A Vida é Bela", de Benigni, até que chegamos ao lançamento deste que já é considerado por boa parte dos críticos e do público (é a maior bilheteria do cineasta até hoje) como um dos melhores trabalhos do diretor Quentin Tarantino (de Pulp Fiction - Tempos de Violênica e Kill Bill): o inusitado e divertido Bastardos Inglórios.

Se você deseja conhecer um pouco sobre a trama do longa, basta acessar este link para visualizar uma crítica do filme, pois o enfoque deste texto é apenas tentar explicitar em poucas linhas o por que das qualidades desse trabalho ímpar de Tarantino. À começar pela inventividade absurda da trama, que apresenta uma trupe de soldados norte-americanos judeus que, sob a batuta do tendente vivido pelo extremamente à vontade Brad Pitt (de O Curioso Caso de Benjamin Button), partem Europa à fora escalpelando alemães nazistas, marcando-os com faca uma suástica no centro da testa e/ou os matando à porradas de bastão de beiseball (é vero). O que dizer também da construção do personagem Hans Landa, coronel alemão excepcionalmente concebido pelo até então deconhecido Christopher Waltz (cotadíssimo para levar o prêmio de melhor ator-coadjuvante no Globo de Ouro e, quiçá do Oscar), que mostra um nazista incrivelmente inteligente, sagaz e erudito, um poliglota que, ao contrário do estereótipo de rigidez bruta, grossura e, de certa forma, estupidez e maldade que a maioria dos personagens nazistas recebem no cinema (em destaque o norte-americano, óbvio), apresenta-se como um homem bastante culto e extremamente simpático, quebrando assim o paradigma da maldade desnatural e "inumana" atribuída aos soldados do regime nazista em geral, apesar de com toda a certeza carregar consigo a indubitável missão de conquista e extermínio tão conhecida por todos.

Estes foram apenas dois dos váeios aspectos que podem ser apontados como diferenciais positivos neste exímio trabalho de Tarantino que, apesar de mexer com um tema extremamente tenso e delicado (e conhecido também), o faz de maneira particular e, por que não dizer, autoral, já que este sente-se totalmente a vontade para alterar diversos fatos e situações "históricas" para que sua estória ganhe em dinamicidade e clímax. Tecnicamente perfeito e com diversas passagens que buscam homenagear o próprio cinema - aspceto este recorrente na obra do autor, Bastardos Inglórios já pode ser considerado um dos melhores trabalhos de Tarantino, podendo assim completar a trindade junto à "Cães de Aluguel" e "Pulp Fiction - Tempos de Violência" e passando por cima dos bons, porém não mais que isso "Kill Bill". Alugue já...

Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds). De Quentin Tarantino. Com Brad Pitt, Christopher Waltz, Eli Roth, Mélanie Laurent, Michael Fassbender, Diane Krueger, Daniel Brhül e Til Schweiger. Universal Pictures. 153 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=gt7m1LDlOl8

- Intrigas de Estado, de Kevin MacDonald.

Versão cinematográfica de uma premiada mini-série inglesa, Intrigas de Estado é um thriller dramático de primeira qualidade, estrelado por astros (astros atores/atrizes, não confundir com os astros "apenas pelos rostos" tão em voga no cinema atual) do naipe de Russel Crowe e Helen Mirren (ambos já vencedores do Oscar), Ben Affleck e Rachel McAdams e dirigido com primor e classe pelo indicado ao Oscar Kevin MacDonald (pelo documentário One Day in September, em 2000), que enfoca o cotidiano de um jornal, em especial a relação entre um jornalista e um senador, velhos amigos desde os tempos de infância, que se vêem entrelaçados numa trama de conspiração complexa, devido ao suposto envolvimento deste último com sua secretária, que acabara de ser assassinada. A premissa do longa reúne dilemas éticos e morais, complôs políticos, lobbies por parte de grandes corporações, além de temas mais humanos, como os limites entre amizade e responsabilidade profissional.

Confesso que desde títulos como "O Informante", de 1999 e "Leões e Cordeiros", de 2005, que não assistia a um thriller político tão interessante e bem-elaborado quanto este Intrigas de Estado. Bastante convincente e possuidor de uma edição que mantém o espectador sempre atento e curioso, além de tentar ao máximo dar espaço aos diversos (e importantes) personagens que recheiam a trama, que apresenta pontas de outros grandes talentos do cinema em pequenas pontas, como Jeff Daniels, Jason Bateman e Robin Wright.

Apesar da qualidade acima da média, devido à sua produção ter sido um tanto quanto conturbada (o elenco mudara diversas vezes durante a pré-produção do longa) e sua estréia ter sido no começo do ano de 2009, Intrigas de Estado provavelmente não será lembrado pela Academia para alguma indicação ao Oscar (vide o conhecido pré-Oscar, o Globo de Ouro, não tê-lo indicado em nenhuma categoria). No entanto, apesar de provavelmente não vir a ser um filme altamente premiado, Intrigas de Estado é um filme que merece ser visto e redescoberto em DVD, visto que, para completar, o longa não teve um desempenho espetacular nos cinemas mundo à fora. Mais informações sobre o filme estão disponíveis neste link.

Intrigas de Estado (State of Play). De Kevin MacDonald. Com Russel Crowe, Ben Affleck, Rachel McAdams, Helen Mirren, Robin Wright, Viola Davis e Jeff Daniels. Universal Pictures. 127 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=UJ2OpcUwdjc

- Presságio, de Alex Proyas.

Filme catástrofe que enfoca mais uma vez o possível fim do mundo e, conseqüentemente, a extinção da humanidade, Presságio diferencia-se dos outros longas por, a exemplo do excepcional "O Nevoeiro", de Frank Darabont (baseado em obra do popular Stephen King), apostar na crueza do que seria o fim dos tempos, apresentando uma narrativa complexa, porém dinâmica, que mistura leituras e aspectos científicos à questões dogmáticas de âmbito exotérico e religioso, formando assim um painel bastante interessante de teorias sobre aleatoriedade e determinismo, sem deixar de focar nas seqüências de ação (a cena da queda de um avião é no mínimo espetacular), no drama dos personagens principais (onde até Nicolas Cage não compromete, apesar de insistir tanto no corte de cabelo estranho, quanto na interpretação à lá tonto desligado que carrega dos últimos anos) e, principalmente no clima de mistério, fazendo deste Presságio um dos melhores títulos do gênero sci-fi (com toques de thriller) dos últimos anos.

Contudo, parte da crítica torceu o nariz para esta pequena grande obra do egípcio Alex Proyas, diretor de "Eu, Robô" e "O Corvo", classificando-o como um filme B em pleno espaço hollywoodiano. Quanto ao público, o filme não fez feio e, tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil, deteve um razoável número de espectadores. Quanto ao clima de filme B, pode até ser verdade, no entanto acredito que foi feito de maneira proposital, ao contrário de alguns pretenciosos blockbusters, que são vendidos como obras gigantescas e monumentais e são tão ou mais B do que qualquer sci-fi dos anos 50 (vide o recente remake de "O Dia em Que a Terra Parou", estrelado por Keanu Reeves, que não é o pior dos filmes, mas não deixa de carregar uma aura B), Presságio é um interessante registro estético e possuidor de uma narrativa bem construída e interessante, dando uma surra em diversos filmes que enfocam o tom de mistério em seu enredo, independentemente do gênero, como títulos como "Fim dos Tempos" (de M. Night Shyamalan) e "O Código Da Vinci" (de Ron Howard).

Ficação-científica? Suspense? Drama? Presságio não detém um gênero específico. Apresenta estes e outros mais, sem perder o foco principal: apresentar uma trama ficcional repleta de referências científicas e religiosas de maneira crível. Quer ver um ponto de vista crítico? Aqui está.

Presságio (Knowing). De Alex Proyas. Com Nicolas Cage, Rose Byrne, Chandler Canterburry e Lara Robinson. Summit Entertainment / Paris Filmes. 122 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=KgRPpoqFR4w

- Se Beber, Não Case
, de Todd Phillips.

O gênero comédia nunca foi um dos meus preferidos. Contudo, desde a "invasão" dos filmes escritos, dirigidos e/ou produzidos por Judd Apatow e Evan Goldberg na minha vida, passei a acompanhar mais atentamente alguns lançamentos (e clássicos, por que não) do gênero. Porém, apesar do ligeiro entusiasmo com a "descoberta" da comédia como uma opção válida de entretenimento de qualidade, com certeza nunca havia apontado um título do gênero entre os melhores filmes do ano, por exemplo. No entanto, isso mudou após conferir Se Beber, Não Case, quarto trabalho do até então pouco conhecido realizador Todd Phillips (de Dias Incríveis), sucesso absurdo de bilheteria nos cinemas do mundo inteiro e, com toda a certeza, o filme mais engraçado do ano.

Apresentando um elenco um tanto quanto desconhecido do grande público, contudo extremamente afiado e entrosado e um roteiro bastante simples, porém absurdamente criativo, sem apelos desnecessários, que aposta no mistério para conquistar o espectador (isto mesmo, o que move a trama é a curiosidade sobre o mistério apresentado, fato quase que inédito numa comédia), além do fácil envolvimento do espectador para com o trio de protagonistas, que demonstram bastante carisma e conseguem passar emoção o bastante (ou seja, não são só as gags e piadas que envolvem o espectador), fazendo com que quem assista ao filme passe realmente a se importar com os personagens. Mais informações podem ser conferidas aqui.

Grande revelação do ano que, além de ter sido recebido com êxito por público e crítica, Se Beber, Não Case ainda angariou uma indicação ao Globo de Ouro, além de uma quase certa seqüência já estar em vias de entrar no forno. Em resumo, hilário como jamais visto antes. Talvez não seja para tanto, mas não deixa de ser hilário.

Se Beber, Não Case (Hangover). De Todd Phillips. Com Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Justin Bartha e Heather Graham. Warner Bros. 100 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=C3N9TjpvNsY

- Watchmen - O Filme
, de Zack Snyder.

Adaptação da Graphic Novel criada por Alan Moore (também autor de "Do Inferno", "A Liga Extraordinária", "V de Vingança" e do personagem Constantine, da publicação "Hellblazer" - todos já convertidos em película) e David Lloyd, Watchmen foi considerada uma das 100 maiores obras literárias de ficção do século XX, segundo a revista Times. Contudo, sua versão live-action não obteve, pelo menos no que tange ao apelo do público, tamanho sucesso, visto que em termos de arrecadação o filme ficou bastante aquém do esperado, faturando nos Estados Unidos pouco mais de $107,000,00 (mundialmente foram outros $183,000,00), resultado abaixo dos $138,000,00 gastos apenas na produção do mesmo. Entretano, com relação à crítica, Watchmen dividiu opiniões, sendo considerado tanto sublime quanto pretencioso por alguns analistas.

No entanto, o fato é que Watchmen é uma excelente adaptação cinematográfica, que condensa as 12 edições da Graphic Novel em pouco mais de 140 minutos, dando ênfase à caracterização dos personagens e à ambientação que evoca os anos tensos do período da Guerra Fria, num contexto ficcional onde existem super-heróis no mundo real (a crítica completa do filme pode ser lida aqui). Contudo, apesar do esmero da produção e da fidelidade com relação à obra original, o diretor Zack Snyder (Madrugada dos Mortos) abusa um pouco da estilização nas seqüências de ação do filme (ato este já executado no seu longa anterior, o bem mais sucedido financeiramente 300), fator este que tende a desfocar um pouco a atenção do espectador, que pode não atentar para o conteúdo da obra, tamanha a plasticidade visual de video-game que Watchmen carrega em determinados momentos; talvez uma filmagem mais conservadora (diga-se clássica) casaria melhor com o apelo da obra.

Por fim, excetuando este detalhe técnico, Watchmen é uma grande obra de entretenimento, que detém um conteúdo no âmbito de questionamento moral, político e social exemplar, além de um enredo e de um visual de encher os olhos do espectador. Entretanto, grande parte do público não compreendeu sua proposta e talvez a montagem um tanto quanto lenta (com a devida exceção às seqüências de ação) tenha sido um dos fatores prejudiciais ao sucesso de público do filme. Watchmen é sim um grande filme, uma ótima adaptação e merece ser redescoberto. Candidatíssimo a obra cult...

Watchmen - O Filme (Watchmen). De Zack Snyder. Com Jake Earle Haley, Patrick Wilson, Jeffrey Dean Morgan, Malin Akerman, Billy Crudup, Matthew Goode e Carla Cugino. Warner Bros. / Paramount. 163 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=nwrSgao6I4w

Outros destaques:

- Frost/Nixon, de Ron Howard.

Um dos cinco indicados a melhor filme no Oscar 2009, Frost/Nixon nada mais é do que um brilhante retrato de um debate entre feras da oração. Baseado em uma peça teatral, o longa de Ron Howard (Anjos e Demônios) apresenta um festival de interpretações, com minimalismos e trejeitos, sem que se entre no dramalhão barato. Michael Sheen (Anjos da Noite - A Evolução) e Frank Langella (Superman - O Retorno) vivem, respectivamente, os dois personagens título, um apresentador de programas de entretenimento e um dos mais conhecidos ex-presidentes norte-americanos, assombrado pelo escândalo Watergate. O debate em questão é o cerne do filme, que ganha muito mais do que um retrato fiel de um período, mas um exercício de linguagem e manipulação riquíssimos por parte dos intérpretes de Frost e Nixon.

Frost/Nixon. De Ron Howard. Com Michael Sheen, Frank Langella, Matthew McFayden e Oliver Platt. Universal Pictures. 122 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=Qh5ZvdBd7FU

- Gran Torino, de Clint Eastwood.

E não é que o velho Clint conseguiu mais uma vez? E, como no ano de 2007, em dose dupla. Além do ótimo "A Troca", estrelado por Angelina Jolie (Sr. e Sra. Smith), o veterano diretor também entregou este excelente drama intitulado Gran Torino. Voltando as telas como ator (ele não participava de um filme desde Menina de Ouro, de 2004), Eastwood entrega tanto uma trama de redenção (parece a pauta da vez) impecável, como uma interpretação bastante inspirada, de um veterano da guerra da Coréia que aprende a conviver com os novos vizinhos asiáticos, apesar de seu aparente preconceito e a maneira rude de se comportar. Um pequeno grande filme.


Gran Torino. De Clint Eastwood. Com Clint Eastwood, Christopher Carley, Bee Vang, Ahney Her e Brian Haley. Warner Bros. 117 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=Y_0088KD1_U

- O Lutador, de Darren Aronofsky.

Fantástico filme sobre superação, força de vontade e segundas chances, além de ser um painel bastante sincero e verdadeiro sobre a pequenez do homem perante a vida. Um verdadeiro ensaio filosófico, um filme humano que acompanha a decadência profissional de um lutador de luta livre, vivido com absurdo primor por Mickey Rourke (Sin City) e sua transcendência e redescoberta como homem, pai, amante etc. Darren Aronofsky (do também emocionante Fonte da Vida) cria um mágico painel num dos filmes mais emotivos do ano de 2008, que rendeu ao veterano Rourke o Globo de Ouro de melhor ator. O longa deteve diversas indicações à prêmios, incluindo aí o já citado Globo de Ouro, o Oscar e recebeu o prêmio de melhor filme do Festival de Veneza.

O Lutador (The Wrestler). De Darren Arronofsky. Com Mickey Rourke, Marisa Tomei e Evan Rachel Wood. Paris Filmes. 111 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=PvCPRebf_Uk

- Star Trek, de J. J. Abrams.

Nunca fui um trekker (mesmo sem conhecer o universo da série, a odiava quando criança), porém após assistir ao reboot comandado pelo atual midas da televisão norte-americana, J.J. Abrams (diretor de Missão Impossível III e co-criador de séries como Lost, Alias e Fringe) confesso que meu interesso pela série mudou. A aventura de ficção-científica Star Trek é brilhante. Como a maioria das criações de Abrams, tenta abraçar diversos gêneros de maneira criativa e sem soar piegas. Nesta nova versão de Trek temos aventura, ação, romance, comédia e, para abrilhantar ainda mais, efeitos visuais de tirar o fôlego (que, se não fosse por Avatar, apostaria em Star Trek para o prêmio de efeitos da Academia). A trama não é um mar de inspiração, mas não compromete e, como destaque, cabe colocar todo o elenco, que demonstra conhecer o universo com a palma da mão e entrega uma ficção bastante convincente, fazendo-me esquecer daquela trilogia "rival" que aportou nos cinemas no final da década de 90 e foi finalizada no meio desta. Que venham as seqüencias, pois Abrams conseguiu angariar mais um trekker!

Star Trek. De J.J. Abrams. Com Chris Pine, Zachary Quinto, Zöe Saldana, Karl Urban, Eric Bana, Simon Pegg, John Cho, Anton Yelchin, Wynona Ryder, Bruce Greenwood e Leonard Nimoy. Paramount Pictures. 126 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=8SFHZnT--qo

- Up - Altas Aventuras, de Pete Docter.

Como superar "Wall -E", uma das melhores animações (e filmes) da história? Bem, a Pixar pode não ter superado, mas com certeza se equiparou novamente com esta aventura de um velhinho que não quis deixar um antigo sonho morrer e, ao se ver viúvo e, convenhamos, prestes a partir dessa para outra, decide viajar até um paraíso exótico, levando consigo sua casa presa à milhares de balões. Mas, o caminho do sr. Fredericksen não será nada fácil, pois além de ter que conviver com o garoto Russel (que acaba na empreitada meio que sem querer), ele deve enfrentar diversos percalços (tanto físicos, quanto psicológicos) até se sentir realizado. Up - Altas Aventuras é mais um daqueles filmes que te apresentam idéias, divertem, mas te fazem pensar e, principalmente, contemplar, em especial a vastidão e, principalmente, a eferemidade dos momentos e da vida como um todo. O agora e o amanhã, no final eles não parecem estar tão distantes assim.

Up - Altas Aventuras
(Up). De Pete Docter. Vozes (original): Edward Asner, Christopher Plummer, John Ratzenberger e Jordan Nagai. Disney / Pixar. 96 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=ydmQXtfnnFY

Em breve, a relação com alguns dos piores lançamentos de 2009 (é texto que não acaba mais, ai minha santa aquerupita...!!!).