sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cinema: Sex and the City 2 (EUA, 2010)


SINOPSE:

Samantha (Kim Cattrall) tentará encontrar uma mãe de aluguel para ter um filho. Charlotte (Kristin Davis) passará por uma crise no casamento por achar que está sendo traída. Miranda Hobbs (Cynthia Nixon) abrirá um restaurante em família. Carrie (Sarah Jessica Parker) mostrará as desventuras de sua relação com Mr. Big (Chris Noth), ao mesmo tempo em que volta a encontrar um antigo affair.

IMPRESSÕES:

Nunca assisti a um epísódio do seriado Sex and the City. Conferi o primeiro longa metragem para cinema, lançado em 2008, no aconchego do lar, em DVD. No geral, achei um filme monótono e fraco. Nenhum daqueles personagens, sejam eles do sexo feminino ou masculino me convenceram como personalidades "reais", pois me pareciam mais estereótipos distorcidos dos encontrados na "vida real". Contudo, o tempo passou e, cerca de dois anos após o lançamento do primeiro Sex in the City, eis que estréia nos cinemas mundiais a seqüencia do fraquíssimo, porém altamente rentável (mais de 500 milhões nas bilheterias mundiais) longa metragem. Sendo assim, não estava nenhum um pouco animado para assistir a esta seqüencia, até que recebi o convite de uma amiga (é você mesmo, Carol Santiago!) para assitir ao filme com ela. Como sempre recebo reclamações de que quando vou ao cinema (muitas vezes sozinho) nunca a chamo para ir comigo, resolvi aceitar o convite e encarar mais uma vez a feiosa da Sarah Jessica Parker (de Cadê os Morgan?), só que desta vez, com uma boa companhia.

Pois bem, chegamos ao cinema com cerca de 20 minutos de atraso e, contraiando todo o meu ritual (assitir ao espetáculo cinematográfico de cabo a rabo, dos anúncios comerciais aos créditos finais) pegamos o filme com o bonde andando. Contudo, apesar disso, parece que esses minutos iniciais não significaram muita coisa, visto que o entendimento (e até mesmo o ritmo) da trama de Sex and the City 2 ganharam bastante e, talvez o filme devesse mesmo começar a partir daquela discussão entre as quatro velhas amigas a respeito da bem-dotada babá de uma delas.

Quanto ao filme, Sex and the City 2 até que me agradou. Muitas vezes superior ao primeiro, apresenta algumas boas piadas e tiradas sobre celebridades (a referente a Jude's Law - traduzido esquisitamente como Lei de Jude Law) e referências pop em geral estavam bem colocadas no roteiro, além de algumas situações engraçadas pontuando toda a trama. O filme diverte, apesar dos excessos de estilização quanto ao universo feminino e quanto a total esteriotipação do universo muçulmano (as protogonistas foram passar uma semana em Abu-Dabi, nos Emirados Árabes), apesar de, em algumas passagens, utilizar de uma ironia bem construída, contudo pecando nos discursos óbvios, como a utilização da burca, a falta de liberdade sexual, dentre outros, como se o American Way of Life ainda fosse uma referência no que tange aos bons modos de costumes. Coisa de americano mesmo... porém tem bons questionamentos acerca de comportamento (tanto ocidental, quanto oriental - porém, sempre no universo quase que inalcancável das socialities), claro que de forma superficial.

Por fim, Sex and the City 2 se mostrou um bom passatempo, com algumas boas piadas e alguns clichês que não se apresentaram tão insuportáveis, o que já é um baita de um elogia para um tema/série que tinha, de certa forma, o meu repúdio. Pois bem, este epísodio tirou a minha má impressão do primeiro episódio e me fez sair da sala de cinema com o sentimento de que não perdi meus míseros reais na compra da entrada. Além do mais, o que ficou de positivo mesmo foi a possibilidade de reencontrar uma grande amiga, sorrir um pouco com ela, conversar bastante, fazer um lanche bacana (pós-filme) e esquecer de uma vez todas a "fuça" horripilante de Sarah Jessica Parker (a senhora Matthew Broderick, coitado!), que para quem não sabe é a protagonista do filme, Carrie.

Obs.: Daqui a poucos minutos terá início a Copa do Mundo, na África do Sul, com o jogo entre o país sede e a seleção do México. A partir de então meu foco estará 100% neste evento magistral. Portanto, não se espante se ao invés de textos sobre cinema encontrar comentários sobre partidas de futebol. Paixões serão sempre paixões, e o futebol, para mim, é uma delas!

Elenco: Sarah Jessica Parker, Kristin Davis, Cynthia Nixon, Kim Cattrall, Chris Noth, David Eigenberg, Evan Handler, Jason Lewis, Mario Cantone, Willie Garson, Miley Cyrus, Penélope Cruz, Max Ryan.

Ficha Técnica:
Diretor: Michael Patrick King
Produção: Michael Patrick King, Sarah Jessica Parker, Darren Star
Roteiro: Michael Patrick King
Fotografia: John Thomas
Duração: 146 min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: HBO Films / New Line Cinema / Village Roadshow Productions

Trailer:


terça-feira, 8 de junho de 2010

Cinema: Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo (Prince of Persia - The Sands of Time / EUA, 2010)


SINOPSE:

Pérsia, Idade Média. Dastan (Jake Gyllenhaal) é um jovem príncipe, que auxilia o irmão a conquistar uma cidade. Lá ele encontra uma estranha e bela adaga, a qual decide guardar. Tamina (Gemma Arterton), a princesa local, percebe que Dastan detém a adaga e tenta se aproximar dele para recuperá-la. A adaga possui o poder de fazer seu portador viajar no tempo, quando dentro dela há areia mágica. Só que Dastan é vítima de um golpe. Ele é o encarregado de entregar ao pai, o rei Sharaman (Ronald Pickup), uma túnica envenenada, que o mata. Perseguido como se fosse um assassino, ele precisa agora provar sua inocência e impedir que a adaga caia em mãos erradas.

IMPRESSÕES:

Nunca joguei o game no qual o filme é baseado. Também não estava muito animado com a estréia do mesmo após assistir ao seu trailer oficial. Pra completar, o filme foi vendido como um sucessor nato do megasucesso Piratas do Caribe, este que também nunca me agradou ferrenhamente (o primeiro episódio é bacana, mas nada de fenomenal). Sendo assim, fui ao cinema com uma expectativa bastante baixa e, com muita satisfação, admito que quebrei a cara já que, apesar de não ser uma obra prima, pude rever meu conceito e absorver um filme bastante divertido, incrivelmente bem feito (tanto no que se refere aos efeitos visuais, carro-chefe de qualquer produção moderna do gênero, quanto no quesito técnico-artesanal, vide a direção de arte, figurino e fotografia) e com um ótimo ritmo e narrativa, além de um elenco muito bem composto.

A trama do longa é simples e mistura com eficiência ação, romance, aventura e comédia, sem deixar de homenagear sua fonte, com elaboradas cenas de ação que misturam a agilidade do le pakour com piruetas dignas de acrobatas e trapezistas, aspecto este encontrado na versão original do personagem Dastan (vivido de forma discreta por Jake Gyllenhaal, de O Segredo de Brokeback Mountain) e que transcende com propriedade o poder e o destaque de um personagem protagonista de jogos de video-game, já que este deve sempre ter um diferencial com relação aos demais coadjuvantes, para que o jogador que o controla sempre se destaque perante os demais.

O elenco é completado por Gemma Aterton (uma espécie de Jennifer Garner mais jovem e bonita, vista recentemente em outro arrasa quarteirão de verão, o fraco Fúria de Titãs) , Sir. Ben Kingsley (de Gandhi), cada vez mais alternando pequenas produções indepentes com super produções escapistas e Alfred Molina (de Homem Aranha 2), o melhor coadjuvante do filme, extremamente a vontade e engraçado, além de ser possuidor das melhores falas.

O veterano diretor Mike Newell (de Harry Potter e o Cálice de Fogo e Quatro Casamentos e um Funeral) já está acostumado tanto com produções focadas nos personagens e nos conflitos entre eles, ou seja, na trama em si, quanto em blockbusters de aventura, como no caso do filme do bruxo mais famoso da atualidade. Aqui neste Príncipe da Pérsia, Newell consiga equilibrar, de maneira eficiente, a caracterização dos personagens, o densenvolvimento da trama (simples e clichê, porém eficiente e atrativa) com os cenários grandiosos e a pirotecnia das cenas de ação e dos efeitos visuais. Um outro ponto positivo a destacar é a disposição de se discutir temas relacionados a ambição e poder dentro do seio familiar, aspecto válido em um filme sem tantas pretensões e que nunca deteve a proposta de apresentar uma discussão Shakesperiana.

Príncipe da Pérsia não traz consigo nada de novo, nem resgata nenhuma idéia de forma fenomenal. Contudo, cumpre muito bem o seu papel e, apesar de não deter uma curta metragem, suas quase 2 horas de projeção passam de forma bastante dinâmica e conseguem manter o espectador sempre curioso acerca do que será apresentado depois.

No entanto, é válido fazer uma ressalva no que se refere a escalação do elenco. Apesar do mesmo ser de qualidade, ainda fica uma sensação indegesta ao se colocar ingleses calcasianos para interpretarem orientais. Tudo bem que esta é uma produção hollywoodiana, contudo tanto este aspecto (que prejudica a verossimilhança da obra), quanto a insistência de se aplicar um sotaque estranho aos personagens persas contribuem para o filme perder alguns pontos no que tange a sua força de convencimento.

Por fim, Príncipe da Pérsia não é um trabalho perfeito, muito menos horrível. É um produto divertido e eficiente, concebido na medida para agradar os órfãos de filmes de aventura de qualidade, principalmente numa safra tão ruim como esta de 2010 (filmes como Robin Hood e Fúria de Titãs não foram produtos tão-bem sucedidos). Se bem que, se depender dos números de bilheteria angariados pelo filme atá agora, ele deve juntar-se a este grupo. Contudo, apesar das falhas, este Príncipe da Pérsia se mostra como um produto um tanto quanto superior, principalmente no que mais importa para uma produção do tipo: o divertimento.

Elenco: Jake Gyllenhall, Gemma Artenton, Sir. Ben Kingsley e Alfred Molina.

Ficha Técnica:
Título original
:Prince of Persia: The Sands of Time
Gênero
:Aventura
Duração
:116 min
Ano de lançamento
:2010
Site oficial
:http://www.principedapersia.com.br
Estúdio
:Walt Disney Pictures / Jerry Bruckheimer Films
Distribuidora
:Walt Disney Studios Motion Pictures / Buena Vista International
Direção
: Mike Newell
Roteiro
:Doug Miro e Carlo Bernard, baseado em história de Jordan Mechner e Boaz Yakin e em jogo de videogame criado por Jordan Mechner
Produção
:Jerry Bruckheimer
Música
:Harry Gregson-Williams
Fotografia
:John Seale
Direção de arte
:Maria-Teresa Barbasso, Robert Cowper, David Doran, Gary Freeman, Marc Homes, Jonathan McKinstry, Stuart Rose, Alessandro Santucci, Tino Schaedler, Mark Swain, Luca Tranchino, Marco Trentini e Su Whitaker
Figurino
:Penny Rose
Edição
:Mick Audsley e Martin Walsh
Efeitos especiais
:Double Negative / Cinesite / FB-FX / Lipsync Post / Moving Picture Company / Nvizible / Plowman Craven & Associates


Trailer: