SINOPSE:
Pérsia, Idade Média. Dastan (Jake Gyllenhaal) é um jovem príncipe, que auxilia o irmão a conquistar uma cidade. Lá ele encontra uma estranha e bela adaga, a qual decide guardar. Tamina (Gemma Arterton), a princesa local, percebe que Dastan detém a adaga e tenta se aproximar dele para recuperá-la. A adaga possui o poder de fazer seu portador viajar no tempo, quando dentro dela há areia mágica. Só que Dastan é vítima de um golpe. Ele é o encarregado de entregar ao pai, o rei Sharaman (Ronald Pickup), uma túnica envenenada, que o mata. Perseguido como se fosse um assassino, ele precisa agora provar sua inocência e impedir que a adaga caia em mãos erradas.
IMPRESSÕES:
Nunca joguei o game no qual o filme é baseado. Também não estava muito animado com a estréia do mesmo após assistir ao seu trailer oficial. Pra completar, o filme foi vendido como um sucessor nato do megasucesso Piratas do Caribe, este que também nunca me agradou ferrenhamente (o primeiro episódio é bacana, mas nada de fenomenal). Sendo assim, fui ao cinema com uma expectativa bastante baixa e, com muita satisfação, admito que quebrei a cara já que, apesar de não ser uma obra prima, pude rever meu conceito e absorver um filme bastante divertido, incrivelmente bem feito (tanto no que se refere aos efeitos visuais, carro-chefe de qualquer produção moderna do gênero, quanto no quesito técnico-artesanal, vide a direção de arte, figurino e fotografia) e com um ótimo ritmo e narrativa, além de um elenco muito bem composto.
A trama do longa é simples e mistura com eficiência ação, romance, aventura e comédia, sem deixar de homenagear sua fonte, com elaboradas cenas de ação que misturam a agilidade do le pakour com piruetas dignas de acrobatas e trapezistas, aspecto este encontrado na versão original do personagem Dastan (vivido de forma discreta por Jake Gyllenhaal, de O Segredo de Brokeback Mountain) e que transcende com propriedade o poder e o destaque de um personagem protagonista de jogos de video-game, já que este deve sempre ter um diferencial com relação aos demais coadjuvantes, para que o jogador que o controla sempre se destaque perante os demais.
O elenco é completado por Gemma Aterton (uma espécie de Jennifer Garner mais jovem e bonita, vista recentemente em outro arrasa quarteirão de verão, o fraco Fúria de Titãs) , Sir. Ben Kingsley (de Gandhi), cada vez mais alternando pequenas produções indepentes com super produções escapistas e Alfred Molina (de Homem Aranha 2), o melhor coadjuvante do filme, extremamente a vontade e engraçado, além de ser possuidor das melhores falas.
O veterano diretor Mike Newell (de Harry Potter e o Cálice de Fogo e Quatro Casamentos e um Funeral) já está acostumado tanto com produções focadas nos personagens e nos conflitos entre eles, ou seja, na trama em si, quanto em blockbusters de aventura, como no caso do filme do bruxo mais famoso da atualidade. Aqui neste Príncipe da Pérsia, Newell consiga equilibrar, de maneira eficiente, a caracterização dos personagens, o densenvolvimento da trama (simples e clichê, porém eficiente e atrativa) com os cenários grandiosos e a pirotecnia das cenas de ação e dos efeitos visuais. Um outro ponto positivo a destacar é a disposição de se discutir temas relacionados a ambição e poder dentro do seio familiar, aspecto válido em um filme sem tantas pretensões e que nunca deteve a proposta de apresentar uma discussão Shakesperiana.
Príncipe da Pérsia não traz consigo nada de novo, nem resgata nenhuma idéia de forma fenomenal. Contudo, cumpre muito bem o seu papel e, apesar de não deter uma curta metragem, suas quase 2 horas de projeção passam de forma bastante dinâmica e conseguem manter o espectador sempre curioso acerca do que será apresentado depois.
No entanto, é válido fazer uma ressalva no que se refere a escalação do elenco. Apesar do mesmo ser de qualidade, ainda fica uma sensação indegesta ao se colocar ingleses calcasianos para interpretarem orientais. Tudo bem que esta é uma produção hollywoodiana, contudo tanto este aspecto (que prejudica a verossimilhança da obra), quanto a insistência de se aplicar um sotaque estranho aos personagens persas contribuem para o filme perder alguns pontos no que tange a sua força de convencimento.
Por fim, Príncipe da Pérsia não é um trabalho perfeito, muito menos horrível. É um produto divertido e eficiente, concebido na medida para agradar os órfãos de filmes de aventura de qualidade, principalmente numa safra tão ruim como esta de 2010 (filmes como Robin Hood e Fúria de Titãs não foram produtos tão-bem sucedidos). Se bem que, se depender dos números de bilheteria angariados pelo filme atá agora, ele deve juntar-se a este grupo. Contudo, apesar das falhas, este Príncipe da Pérsia se mostra como um produto um tanto quanto superior, principalmente no que mais importa para uma produção do tipo: o divertimento.
Elenco: Jake Gyllenhall, Gemma Artenton, Sir. Ben Kingsley e Alfred Molina.
Ficha Técnica:
Título original:Prince of Persia: The Sands of Time
Gênero:Aventura
Duração:116 min
Ano de lançamento:2010
Site oficial:http://www.principedapersia.com.br
Estúdio:Walt Disney Pictures / Jerry Bruckheimer Films
Distribuidora:Walt Disney Studios Motion Pictures / Buena Vista International
Direção: Mike Newell
Roteiro:Doug Miro e Carlo Bernard, baseado em história de Jordan Mechner e Boaz Yakin e em jogo de videogame criado por Jordan Mechner
Produção:Jerry Bruckheimer
Música:Harry Gregson-Williams
Fotografia:John Seale
Direção de arte:Maria-Teresa Barbasso, Robert Cowper, David Doran, Gary Freeman, Marc Homes, Jonathan McKinstry, Stuart Rose, Alessandro Santucci, Tino Schaedler, Mark Swain, Luca Tranchino, Marco Trentini e Su Whitaker
Figurino:Penny Rose
Edição:Mick Audsley e Martin Walsh
Efeitos especiais:Double Negative / Cinesite / FB-FX / Lipsync Post / Moving Picture Company / Nvizible / Plowman Craven & Associates
Trailer:
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