Confesso que nunca fui fã da série Indiana Jones. Quando criança, era mais um dos vários espectadores da nostálgica "Sessão da Tarde", porém me encantava muito mais com Marty McFly e Doc Brown (junto ao magnífico DeLorean modificado) no clássico De Volta para o Futuro ou com os tipos brucutus, porém carismáticos de Scharzenegger, como em O Exterminador do Futuro e Predador. Tais longas me encantavam muito mais do que os estrelados pelo arqueólogo aventureiro.
No entanto, foi recentemente (já nos anos 2000) que descobri o mito Indiana Jones. Assistindo ao primeiro box em DVD do arqueólogo pude presenciar uma sensação de nostalgia e divertimento, apesar deste não ter feito parte da minha vida. Porém, antes tarde do que nunca. Não virei um fã, porém após ver os longas em ordem cronológica, começei a admirar muito a série e, principalmente, seu diretor, o eterno pipoqueiro, Steven Spielberg.
Contudo, o que importa é falar de O Reino da Caveira de Cristal. Pois bem, quase duas décadas após a 'finalização' da série, eis que Spielberg, junto à George Lucas (criador e produtor dos filmes) e Harrison Ford (eterno herói à lá 80's) se reunem novamente e colocam nos cinemas de todo o mundo mais uma aventura do ícone norte-americano para uma nova geração. Porém, como já dito, quase vinte anos se passaram. A idéia deu certo?
Com certeza. O Reino da Caveira de Cristal é um dos filmes mais divertidos da temporada. 'Atualziando' o ritmo matinê dos filmes antigos para as novas platéias, o longa tem de tudo: ação, aventura, romance e, é claro, situações cômicas. Porém, nada disso funcionaria se o elenco não estivesse à altura do projeto. Além da volta do eterno Jones, Harrison Ford, que, apesar das rugas a mais continua com o mesmo espírito forte e atuação marcante (talvez o melhor personagem de sua carreira), tem-se um belíssimo elenco de apoio. O 'novo' talento Shia LaBeouf (Transformers), a oscarizada Cate Blanchett (Elizabeth), o competentíssimo Ray Winstone (A Lenda de Beoulf) e a volta de Karen Allen, interesse romantico do herói no primeiro longa da série.
Quanto à história, é um mais do mesmo. Mais de vinte anos depois do ocorrido no terceiro episódio, dessa vez o mundo vive o regime bipolar, plena guerra fria. Dessa forma, os tradicionais vilões nazistas são substituídos pelos soviéticos, liderados pela personagem caricata, porém muito a vontade de Cate Blanchett. Ela obriga Jones a encontrar a tal Caveira de Cristal do título, que seria um objeto extremamente valioso para os objetivos da extinta União Soviética, visto que, segundo a lenda, o artefato teria poderes inimagináveis, de ordem psíquica (um tema que lembra um pouco Hellboy, de Guilhermo Del Toro).
A partir daí viagens seguem, personagens se encontram (e reecontram), traições ocorrem e, é claro, explosões, brigas e correria. Mas o que mais chama a atenção ao tema do filme é a inclusão de nuances espirituais e extraterrestres. Isso mesmo, há um clima de retorno do diretor Spielberg aos seus primeiros (e, digamos, mais brilhantes) trabalhos, tais qual E.T. e Contatos Imediatos.
Por fim, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é um filme que surpreende, pois diverte como poucos sem desrespeitar a inteligência do espectador. As mais de duas horas correm freneticamente e, após toda a projeção, fica apenas uma conclusão: a de que fazia tempo (desde King Kong, de Peter Jackson no final de 2005) que não me divertia tanto com um filme de aventura pipoca atemporal no cinema. Salve Indy!
NOTA: 9.
Ficha Técnica:
Título Original: Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull
Gênero: Aventura
Tempo de Duração:
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.indianajones.com
Estúdio: Paramount Pictures / Lucasfilm / Santo Domingo Film & Music Video / Amblin Entertainment
Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: David Koepp, baseado em estória de George Lucas e Jeff Nathanson e nos personagens criados por George Lucas e Philip Kaufman
Produção: Frank Marshall
Música: John Williams
Fotografia: Janusz Kaminski
Desenho de Produção: Guy Dyas
Direção de Arte: Luke Freeborn, Lawrence A. Hubbs, Mark W. Mansbridge, Lauren E. Polizzi e Troy Sizemore
Figurino: Bernie Pollack e Mary Zophres
Edição: Michael Kahn
Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic / Gentle Giant Studios
Elenco: Harrison Ford, Shia LaBeouf, Karen Allen, Cate Blanchett, Ray Winstone, John Hurt e Jim Broadbent.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário