Após aparentemente "superar" os dramas sofridos após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, como os filmes "As Torres Gêmeas" e "Vôo United 93", Hollywood passa agora a analisar as conseqüencias dos dramas ocorridos com seus soldados na recente invasão dos EUA ao Iraque (tendo seu auge a prisão e posterior morte do ditador iraquiano Sadam Hussein), como é focado no filme A Volta dos Bravos.
O filme acompanha os traumas de alguns soldados que voltaram do conflito no Iraque e as seqüelas da guerra em suas vidas e , conseqüentemente na dos seus familiares. O médico vivido por Samuel L. Jackson (de Serpentes a Bordo) passa por sérios conflitos com sua esposa e filho, e convive diariamente com pesadelos que o atormentam sempre. A professora de educação física (a sempre bela Jessica Biel, de London) tem sérias dificuldades para se adaptar novamente a rotina da vida, tanto por causa do amputamento de uma de suas mãos, quanto pelas transgressões vividas por ela durante sua estadia no Iraque. Também merecem destaque os dois fuzileiros (vividos por Brian Presley e Curtis "50 Cent" Jackson) que, além de tudo, perdem um amigo no campo de batalha).
Acho válido destacar o questionamento por parte dos soldados a respeito de como seriam vistos no futuro pelo povo iraquiano. Seriam eles tidos como salvadores? Arautos da liberdade? Uma mensagem claríssima que contrapõe o atual sentimento anti-americano existente entre os povos ao redor do globo.
Essa trecho acima pode soar um tanto quanto batido, no entando o filme do veterano diretor e roterista Irwin Winkler tem uma elevada carga dramática na condução dos personagens, passeando com clareza e em tom realístico pelos dilemas vividos pelos ex-combatentes, sempre com ênfase no questionamento de usa posição na sociedade a partir de quando deixam o conflito.
No final não importa se existem jogos políticos (que por sinal são mostrados brilhantemente no longa de Clint Eastwood, A Conquista da Honra) por trás de tudo. Todo o mérito do filme está exatamente em mostrar não apenas a guerra, o conflito, cenas de combate sem conteúdo algum, a não ser divertir platéias alienadas, mas sim em dar destaque as consqüencias desta naqueles que muitas vezes são usados como peões, os soldados. Não cabe aqui um argumento moralista ou um comentário extremo, nem muito menos ser ufanista ou anti-americano. O que deve ser percebido é que no fim de tudo, o que restará e importará é a vida. E a vida não escolhe partido ou nação. Esta é a mensagem principal do filme e a única coisa que deve importar no final.
NOTA: 9.
Ficha Técnica:
Título Original: Home of the Brave
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 105 minutos
Ano de Lançamento (EUA / Marrocos): 2006
Site Oficial: www.mgm.com/homeofthebrave
Estúdio: MGM / Emmett/Furla Films / Millennium Films / Zak Productions / Severe Entertainment / North by Northwest Entertainment / Winkler Films
Distribuição: MGM
Direção: Irwin Winkler
Roteiro: Mark Friedman, baseado em estória de Irwin Winkler e Mark Friedman
Produção: Rob Cowan, Randall Emmett, George Furla e Irwin Winkler
Música: Stephen Endelman
Fotografia: Tony Pierce-Roberts
Desenho de Produção: Warren Alan Young
Figurino: Karyn Wagner
Edição: Clayton Halsey
Efeitos Especiais: Worldwide FX / Makeup Effects Laboratories Inc.
Elenco: Samuel L. Jackson, Jessica Biel, Brian Presley, Curtis "50 Cent" Jackson, Christina Ricci, Chad Muchael Murray.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=hPeggaEOwf8
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