Entretenimento também pode ser sinônimo de inteligência. Esta é a idéia que sai de minha cabeça ao término da exibição de O Ultimato Bourne, conclusão da trilogia iniciada em "A Identidade Bourne" e seguida de "A Supremacia Bourne". O filme, novamente encabeçado por Matt Damon e conduzido por Paul Greengrass (diretor de A Supremacia e do polêmico Vôo United 93) encerra a trilogia de forma primorosa e frenética.
O agente secreto desmemoriado Jason Bourne (Dammon) parte agora em sua empreitada final. Finalmente descobrir quem é e qual é a razão de sua perda de memória. Para isso, porém terá que enfrentar mais uma vez os obstáculos da incansável CIA, que através de alguns agentes de caráter um tanto quanto duvidoso tenta destruir Bourne de uma vez por todas. As investigações de Bourne o levam a uma série de descobertas "cabeludas" em torno da agência de espionagem, sobretudo em relação ao projeto no qual o personagem de Dammon foi incluso. Ou seja, desta vez Bourne finalmente descobrirá a verdade sobre si mesmo.
Com um roteiro muito bem elaborado (fato já marcante na série), a cargo de Tony Gilroy, Scott Z. Burns e George Nolfi, uma direção segura e mais do que eficiente por parte de Paul Greengrass, que utiliza em vários momentos importantes da trama uma câmera de mão, dando assim mais movimento e, de certa forma, juntamente com a edição frenética de Christopher Rouse, uma acentuada energia ao filme.
O longa também é marcado por primorosas cenas de ação, que por sinal não atrapalham o desenvolvimento da trama, pelo contrário, estão no filme justamente para acrescentar à ela. Além dos fatores citados acima, este com certeza também é um dos responsáveis pelo grande sucesso que o longa vem fazendo, já arrecadando mais de 100 milhões de dólares em bilheteria, somente em território norte-americano.
As cenas de ação são de um primor elevado. Ao contrário de um certo filme do "gênero" recentemente estrelado por Bruce Willis, a ação de O Ultimato Bourne complementa o filme de forma ímpar. E até mesmo cenas um tanto quanto exageradas (sim, elas existem) tornam-se, de certa forma, críveis devido à competência da execução e da fulminante edição, lembrando bastante as de vídeo-clipes. Uma cena que merece ser destacada é o combate de Bourne com um executor (agente responsável por, como o nome diz, executar alvos), que está à caça da personagem interpretada por Julia Stiles, antagonista de Bourne no filme anterior, neste agora ela é uma aliada (talvez bem mais que isso).
Outro ponto alto é em relação as locações. O filme é praticamente "multinacional". logo nos primeiros minutos podemos viajar pela Rússia, Itália, Estados Unidos, França e Marrocos. Também, de forma correta, diversas pequenas tramas são intercaladas (devido a grande quantidade de personagens coadjuvantes) num único núcleo, sem nunca deixar o nível de tensão que o filme carrega cair.
É válido lembrar que o longa tem um ótimo elenco de apoio (seguindo o padrão de qualidade já mostrado nos dois longas anteriores). Estão presentes no filme, além de Dammon e Stiles, David Strathairn (visto recentemente em Boa Noite, Boa Sorte), Joan Allen (O Outro Lado da Raiva) e os veteranos Scott Glenn (12 Horas Até o Amanhecer) e Albert Finney (Um Bom Ano).
Um ótimo exemplar do gênero. Tão bom (ou até mesmo melhor) quanto o recente Cassino Royale e o último Missão Impossível (e por que não citar a premiada série 24 Horas). Adrenalina, precisão, emoção e, finalmente, a revelação dos segredos sobre o agente são algumas das qualidades do longa. Um defeito? Ser tão curto quanto os outros filmes da trilogia... por que não 3 horas de perseguição e intriga? Quem sabe "num" próximo!
NOTA: 8,5.
Ficha Técnica
Título Original: The Bourne Ultimatum
Gênero: Ação
Tempo de Duração: 111 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: www.thebourneultimatum.com
Hot Site: www.adorocinema.com/hotsites/bourne
Estúdio: Universal Pictures / Ludlum Entertainment / Bourne Again / The Kennedy/Marshall Company
Distribuição: Universal Pictures / UIP
Direção: Paul Greengrass
Roteiro: Tony Gilroy, Scott Z. Burns e George Nolfi, baseado em estória de Tony Gilroy e em livro de Robert Ludlum
Produção: Patrick Crowley, Frank Marshall e Paul Sandberg
Música: John Powell
Fotografia: Oliver Wood
Desenho de Produção: Peter Wenham
Direção de Arte: Grant Armstrong, Robert Cowper, Peter James, Andy Nicholson, David Swayze, Jason Knox-Johnston e Sebastian T. Krawinkel
Figurino: Shay Cunliffe
Edição: Christopher Rouse
Efeitos Especiais: The Senate Visual Effects / Snow Business / Lip Sync Post
Elenco: Matt Damon, Julia Stiles, David Strathairn, Scott Glenn, Joan Allen, Albert Finney.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=yawbyVSboWA
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