quinta-feira, 13 de novembro de 2008

007 - Quantum of Solace


Depois do bem-sucediso Cassino Royale, James Bond (vivido de maneira visceral por Daniel Craig) volta novamente aos cinemas com mais um filme cheio de ação e intrigas. Começando praticamente aonde o longa anterior terminou, Quantum of Solace acompanha a jornada do agente 007 em busca da verdade por trás da organização que estaria por trás das negociatas de Le Chiffre (vilão do filme anterior), já que Bond agora parte para interrogar o misterioso Sr. White (Jesper Christensen) - em cena mostrada no final de Cassino Royale. No entanto, Bond procura muito mais do que a verdade por trás dessa organização, que mais adiante é apresentada como Quantum. É claro seu interesse em vingar-se e descobrir quem está por trás da morte de Vesper (personagem de Eva Green no longa anterior), aparentemente a mulher de sua vida.

No entanto, antes de ter êxito em sua missão, Bond enfrenta diversos obstáculos, incluindo aí a descoberta da organizaçaõ denominada Quantum e a verdadeira face de um até então altruísta empresário, Dominic Greene (Mathieu Amalric, de O Escafandro e a Borboleta), que participa, junto ao citado Mr. White e diversos empresários de todo o mundo, de uma organização com interesses político-econômicos ao redor do globo, tendo o poder inclusive de mudar gestões em diversas nações e mover presidentes, dentre outras coisas.

Contudo o agente não está sozinho, conforme as coisas se complicam James Bond conta novamente com a ajuda do agente Mathis (Giancarlo Gianini), a vista-grossa de M (Judi Dench) e da bela Camille (Olga Kurylenko), que era aliada de Greene, mas debanda para o lado de Bond após alguns eventos.

No geral a trama do filme é essa. Quantum of Solace é, na verdade, uma espécie de conclusão de Cassino Royale e, dessa forma, não funciona muito bem como filme se for analisado de maneira isolada, visto que todos os atos e possíveis conseqüencias destes são diretamente ligados aos acontecimentos do filme anterior. Portanto, o longa detém a função de amarrar as pontas que por ventura foram deixadas soltas em Cassino Royale.

Tecnicamente o filme é primoroso. Seguindo à risca a estética vertiginosa (e advinda trilogia vivida por Jason Bourne) do filme anterior, Quantum of Solace é carregado de cenas de ação magistrais, muito bem executadas e, inacreditavelmente, mais exageradas (no que tange à dificuldade de execução, visto que o filme prima pelo "realismo" do anterior"), com direito à perseguições de carro, em telhados (cena chupada de O Ultimato Bourne, mas elevada ao cubo), no mar e, até mesmo no ar, com um combate de aviões de tirar o fôlego do espectador.

Quanto às cenas de ação é válido destacar a montagem que entrecorta estas com outras do ambiente local, que sugerem ao espectador que algo irá acontecer antes da ação ser de fato iniciada, como quando logo no começo Bond parte no encalço de um agente duplo e a cena é entrecortada por uma corrida de cavalos que ocorre ao mesmo tempo, traduzindo assim, de maneira subjetiva e metafórica, a ação desenfrada que está para acontecer.

O filme é tão carregado de cenas de ação que praticamente não há espaço para cenas mais dramáticas e seqüencias de diálogos (como no filme anterior). Por opção do diretor Marc Forster (de O Caçador de Pipas e A Última Ceia), encursionando aqui pela primeira vez no gênero de ação, Quantum of Solace prefere investir na dinâmica e não na dramaticidade, deixando assim este trabalho inferior ao primeiro capítulo, visto que aquele se apresentava mais completo como um todo, bem mais equilibrado. Talvez a responsabilidade de fazer um longa superior a Cassino tenha sido demasiada grande, mas é fato que o este filme passa longe de ser um produto mal acabado ou ruim, apenas não tão charmoso e referencial como o anterior se mostrou.

Por fim, Quantum of Solace cumpre a função de fechar este capítulo da trajetória do agente James Bond, esclarece os fatos que não foram solucionados anteriormente e projeta Bond para ameaças mais substanciais, visto que não fica muito clara quais são as verdadeiras intenções da Quantum. E, se depender da pirotecnia mostrada a todo momento neste filme, que é transportada para o espectador, a próxima missão de James Bond será aguardada com muita ânsia pelo público.

NOTA: 8.

Ficha Técnica
Título Original: 007 - Quantum of Solace
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 106 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.007quantumofsolace.com.br
Estúdio: MGM / Columbia Pictures / United Artists / Danjaq / Eon Productions
Distribuição: MGM / Columbia Pictures
Direção: Marc Forster
Roteiro: Paul Haggis, Neal Purvis e Robert Wade
Produção: Barbara Broccoli
Música: David Arnold
Fotografia: Roberto Schaefer
Desenho de Produção: Dennis Gassner
Direção de Arte: James Foster, Mark Harris, Paul Inglis, Chris Lowe, Marco Rubeo e Mike Stallion
Figurino: Louise Frogley
Edição: Matt Chesse e Richard Pearson
Efeitos Especiais: MK12 / Machine / Chromakey-Hite.com


Elenco: Daniel Craig, Olga Kurylenko,
Mathieu Amalric, Giancarlo Gianinni, Jeffrey Wright, Jesper Christensen e Judi Dench.

Trailer:

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O Nevoeiro

Esqueça Fim dos Tempos e sua aura de mistério abobalhada e inconsistentemente vazia. Esqueça Guerra dos Mundos e sua paranóia sentimentalista carregada de efeitos visuais chamativos e de roteiro piegas e fajuto. O Nevoeiro (The Mist), novo trabalho do elogiadíssimo roteirista roteirista e diretor Frank Darabont (responsável pelos indicados ao Oscar Um Sonho de Liberdade e À Espera de Um Milagre), um expert em adaptar obras literárias do consagrado autor norte-americano Stephen King para o cinema, apresenta um filme de horror impecável, que é em si uma metáfora para as diversas peculiaridades do íntimo do ser humano.

Ambientado numa pequena cidade interiorana dos Estados Unidos, o filme já começa de maneira emblemática, já que sem explicação nenhuma um estranho nevoeiro começa a se espalhar pela cidade. O artista local David Drayton (interpretado com esmero pelo até agora irregular Thomas Jane, de O Justiceiro) vai com o filho de 8 anos a um supermercado quando, de repente, o tal nevoeiro toma conta de todo o espaço visto ao alcance dos olhos e, com a chegada de um senhor ensangüentado que afirma que existe algo do lado de fora que o atacou o clima de dúvida se inicia entre David e todos que estão no supermercado no momento. Não demora para descobrirem que criaturas inimagináveis pela população estão à solta e, dessa forma, o caos é instalado no local.

Apesar de deter uma temática comum à diversos filmes-catástrofe (como os já citados acima) o que distingue e coloca O Nevoeiro num patamar acima dos outros é a relação quase umbilical que o filme traça entre o iminente horror vivido pela população e o aflorar de ações nada ortodoxas por conseqüência. Ou seja, o filme faz um impressionante estudo acerca dos pensamentos e ações mais íntimos da humanidade, onde a insanidade, o individualismo, o egoísmo e a intolerância ultrapassam as barreiras do bem-comum e transforma o todo a sua volta.

Impossível não destacar a personagem de Marcia Gay Harden (vencedora do Oscar por Sobre Meninos e Lobos), fervorosa e fanática religiosa, que atribui toda a tragédia como conseqüência direta dos atos dos homens perante o mundo, que aquilo seria um castigo divino e que caberia a ela separar os ‘cordeiros dos lobos’. À partir deste gancho uma característica inatamente humana é analisada, a da transitoriedade e dinamicidade de ideais do homem, principalmente nos dias atuais, tão impregnado pela busca do efêmero e simples, quando a personagem, tida como louca no início do filme, vai ganhando espaço devido as suas ‘predições’ catastróficas, como um messias, acerca do futuro de todos os presentes no local. Por fim, é inevitável que ela traria consigo grande parte dos presentes a serem seus seguidores, pois, quando pressionados e em dúvida, os seres humanos geralmente se agarram a fé cega, carregada de medo e de dúvidas.

Contudo não é só a intransigência derivada da centralização e do radicalismo tanto religioso quanto político que o filme aponta, mas também discute acerca da pequenez uma humana em contraste com a grandeza do universo, a paranóia vivida por grande parte da população quando passa por momentos de crise, o subjetivismo advindo do medo e, por fim, os conseqüentes efeitos que tais sentimentos e ações exercem sobre o homem e seu semelhante.

São estas e outras as diferenças marcantes entre O Nevoeiro e as demais produções do gênero, visto que, ao contrário destas, o filme abraça de forma brilhante e concisa a carga de tensão, medo e perigo inatas dos filmes de horror com discussões contundentes acerca do papel do homem neste ambiente e as diversas possibilidades de pensamentos existentes. Tudo isso sem apelar para os efeitos-digitais mirabolantes (que o filme possui, porém relega a segundo plano), mas sim utilizar temas humanos para discutir sobre o ser-humano, metaforicamente trabalhado pelo horror causado pelo desconhecido e pelo medo. Em suma, duas palavras: assustadoramente brilhante (trevas e luz, medo e esperança, quer um sentido mais humano do que a dicotomia?)!

NOTA: 9.

Ficha-técnica:
Título Original: The Mist
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 126 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: www.themist-movie.com
Estúdio: Dimension Films / Darkwoods Productions
Distribuição: Dimension Films / MGM / The Weinstein Company / Paris Filmes
Direção:
Frank Darabont
Roteiro: Frank Darabont, baseado em livro de Stephen King
Produção: Liz Glotzer e Frank Darabont
Música: Mark Isham
Fotografia: Ronn Schmidt
Desenho de Produção: Gregory Melton
Direção de Arte: Alex Hajdu
Figurino: Giovanna Ottobre-Melton
Edição: Hunter M. Via
Efeitos Especiais: LOOK! Effects / CaféFX / K.N.B. effects Group / Digital Dream / RotoFactory / HimAnl Productions

Elenco: Thomas Jane, Marcia Gay Harden, Andre Braugher, Toby Jones e Laurie Holden.

Trailer:

Awake – A Vida por Um Fio

Um tema recorrente da medicina moderna é até quando os procedimentos anestésicos realmente exercem total efetividade em sua aplicação, ou seja, realmente é um procedimento 100% seguro ou seria passível de falhas?

Pois é este questionamento que o filme Awake – A Vida por Um Fio levanta como pano de fundo de seu enredo, que acompanha a trajetória de um jovem executivo (Hayden Christensen, de Jumper) que necessita rapidamente de um transplante de coração. Porém, durante a cirurgia, ele se vê cercado de uma sensação que não poderia jamais imaginar: apesar de teoricamente anestesiado, ele consegue sentir todas as interferências médicas em seu corpo, como o corte junto à seu peito, porém não pode expressar a dor de maneira alguma, visto que o fenômeno causado pelo anestésico o impediu de demonstrar fisicamente qualquer reação. No entanto, no seu íntimo, a possibilidade de sentir e acompanhar o que acontece a sua volta traz mais do que a dor proveniente da incisão cirúrgica, mas também revelações são percebidas através dos diálogos dos médicos cirurgiões. Ou seja, apesar de sedado o paciente está totalmente consciente (awake) do que está acontecendo a sua volta e consigo mesmo.

Awake apresenta uma premissa bastante interessante e, de certa forma, inovadora a um gênero já tão batido, que é o suspense de cunho psicológico. Neste filme a idéia trabalhada, além do paradigma médico acerca do efeito da anestesia, é a relação egoísta do ser humano e a velha questão: até onde você iria para alcançar seus objetivos?

Com enxutos 84 minutos de projeção, o filme concentra de forma concisa sua mensagem e proporciona ao espectador uma verdadeira viagem ao íntimo do próprio ser. Diversos questionamentos são tratados no longa, no entanto a questão da ética humana encabeça o cabedal e com certeza abrirá algumas possibilidade de reflexão no espectador. No entanto, apesar de possuir uma mensagem de conteúdo substancial e reflexivo, não espere do longa um tratado mais apurado no âmbito psico-filosófico, pois esta não é a missão deste. A aposta de Awake é a de entretenimento com algo a mais. Ele traz à tona a possibilidade de serem levantados alguns questionamentos ao mesmo em que entretem o espectador com diversas seqüências de suspense e tensão.

Por fim, é válido citar que Awake é co-estrelado por Jessica Alba (a mulher-invisível em O Quarteto Fantástico) e Terrence Howard (Homem de Ferro), além de ser escrito e dirigido pelo estreante Joby Harold.

NOTA: 8.

Ficha-técnica:
Título Original: Awake
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 84 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: www.awakethemovie.com
Estúdio: The Weinstein Company / GreeneStreet Films / Open City Films
Distribuição: The Weinstein Company / MGM / PlayArte
Direção: Joby Harold
Roteiro: Joby Harold
Produção: Jason Kliot, John Penotti, Fisher Stevens e Joana Vicente
Música: Samuel Sim
Fotografia: Russell Carpenter
Desenho de Produção: Dina Goldman
Direção de Arte: Ben Barraud
Figurino: Cynthia Flynt
Edição: Craig McKay
Efeitos Especiais: & Company

Elenco: Hayden Christensen, Jessica Alba, Lena Oline e Christopher McDonald.

Trailer:

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

As Duas Faces da Lei


Um dos projetos mais eperados dos últimos anos, o filme As Duas Faces da Lei (Righteous Kill, no original) é o primeiro longa a reunir um dos dois maiores atores do cinema moderno, contracenando lado-a-lado como parceiros pela primeira vez. Estou falando dos antológicos Robert de Niro (Touro Indomável) e Al Pacino (Perfume de Mulher). No entanto, apesar de ter tais nomes encabeçando o elenco, o filme nada mais é do que um trabalho até certo ponto fraco, inferior à diversos títulos do gênero lançados nos últimos anos.

A premissa do longa é a relação entre dois policiais veteranos (vividos por De Niro e Pacino) que detêm a missão de descobrir a identidade de um assassino serial, que mata pessoas sem uma seqüencia lógica, como é de praxe para a 'classe', no entanto as vítimas do deste têm alguma ligação com um dos tiras.

Não é válido prolongar demais a explanação, pois este pequeno resumo percebe-se que As Duas Faces da Lei tem um script perfeito de Super-Cine (pra quem não sabe, é a famosa sessão de cinema aos sábados à noite na Rede Globo que privilegia os thrillers), visto que além de não apresentar nenhuma novidade (nem mesmo estética, fato tão comum ao gênero) não possui um roteiro consistente (o filme entrega o possível mistério de cara ao espectador), muito menos uma direção segura (que ficou a cargo de Jon Avnet, conhecido pelo açucarado Tomates Verdes e Fritos). Talvez a única coisa válida do longa sejam as interpretações da dupla central, que, apesar de não serem magistrais (já que também não mostram nada de novo), conseguem transmitir empatia ao público, principalmente pelo seu background, não tanto pelo trabalho no filme em si. Ou seja, o encontro 'inédito' (eles já participaram juntos nos longas O Poderoso Chefão - Parte 2 e Fogo Contra Fogo) vale mais do que suas performances.

Finalizando, As Duas Faces da Lei não é um produto ruim. No entanto, está longe de ser um exemplar de referência para o gênero, já que, além de apresentar mais do mesmo, ainda peca na maior virtude que um thriller carrega: o mistério que deve ser revelado gradativamente ao espectador e o clima de suspense que mantém este na espectativa, aspectos que o filme, infelizmente, não possui. Mas tem Robert de Niro e Al Pacino, sendo assim, por eles merece ser visto, mas não espere grande coisa. É triste, mas é verdade.

NOTA: 6.

Ficha Técnica:
Título Original: Righteous Kill
Gênero: Policial/Thriller
Tempo de Duração:
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.righteouskill-themovie.com
Estúdio: Millennium Films / InVenture Entertainment / Nu Image Films / Emmett/Furla Films
Distribuição: Lions Gate Films / California Filmes
Direção: Jon Avnet
Roteiro: Russell Gerwitz
Produção: Jon Avnet, Randall Emmett, George Furla, Lati Grobman, Avi Lerner, Alexandra Milchan, Daniel M. Rosenberg
Música: Ed Shearmur
Fotografia: Denis Lenoir
Desenho de Produção: Tracey Gallacher
Direção de Arte: Christina Ann Wilson
Figurino: Debra McGuire
Edição: Paul Hirsch


Elenco: Robert De Niro, Al Pacino, Carla Gugino, John Leguizamo, Donnie Wahlberg e Curtis "50 Cent" Jackson.

Quebrando a banca


Divertido. Esse adjetivo define perfeitamente Quebrando a Banca (21, no original), mais um filme que aborda o jogo de cartas como personagem principal e que concentra toda a sua trama no velho jogo de gato e rato entre os jogadores e o 'onipresente' segurança dos cassinos. No entanto, este longa difere um pouco dos demais exemplares do gênero ao explorar as potencialidades da contagem de cartas (artifício utilizado para vencer os jogos) através de jovens estudantes de inteligência acima da média, que utilizam a matemática básica (básica mesmo?) como ferramenta maior para burlarem as regras do jogo.

O filme mostra a mudança pela qual Ben Campbell (Jim Sturgess, de Across The Universe) passa após ser convidado por um professor, vivido por Kevin Spacey, de Beleza Americana, a integrar-se a um grupo de jovens gênios que praticam golpes em cassinos, utilizando o 'fantástico' sistema da contagem de cartas. Qual seria a motivação de Campbell? Conseguir pagar a Universidade (Harvard, por sinal), visto que, devido às suas precárias condições financeiras, este seria seu único entrave para cursar medicina, já que suas notas são quase perfeitas e a concorrência para a única bolsa de estudos disponível é notavelmente acirrada.

Pois bem, a partir daí a história toma o rumo de praxe. Glória e dinheiro fácil, glamour e romance, desentendimentos e inveja, ego inflado e desleixo, responsabilidade e vitória. Ou seja, a velha cartilha que somente a indústria cinematográfica hollywoodiana poderia construir com o mesmo nível de repetição e perfeição. O diretor Robert Luketic (Legalmente Loira) não arrisca na forma de filmar e aposta no bê-a-bá do gênero e na edição linear, utilizando alguns recursos de truncagem de câmera (slow motion característicos do cinema moderno) e narração em off do protagonista.

Por fim, apesar de ser um produto bastante atraente e prazeroso de ser assistido, no fundo Quebrando a Banca é mais um filme sem conteúdo mais elaborado, sendo um trabalho efêmero, porém condizente com sua proposta: entreter o espectador por duas horas de projeção. Portanto, como dito na abertura dessa resenha: divertido!

Quebrando a Banca é co-estrelado pela bela e talentosa Kate Bosworth (Superman - O Retorno) e pelo veterano Laurence Fishburne (trilogia Matrix). Vale destacar também que o longa foi produzido por Spacey e por Brett Ratner (produtor da série Prison Break e diretor de filmes como A Hora do Rush e X-Men - O Confronto Final).

Ficha Técnica:
Título Original: 21
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 123 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.quebrandoabanca.com.br
Estúdio: Relativity Media / Trigger Street Productions / Michael De Luca Productions
Distribuição: Columbia Pictures
Direção: Robert Luketic
Roteiro: Peter Steinfeld e Allan Loeb, baseado em livro de Ben Mezrich
Produção: Dana Brunetti, Michael De Luca e Kevin Spacey
Música: David Sardy
Fotografia: Russell Carpenter
Desenho de Produção: Missy Stewart
Direção de Arte: James F. Truesdale
Figurino: Luca Mosca
Edição: Elliot Graham

NOTA: 7,5.

Elenco: Jim Sturgess, Kate Bosworth, Kevin Spacey, Laurence Fishburne, Aaron Yoo, Liza Lapira e Jacob Pitts.


domingo, 12 de outubro de 2008

Ressaca de Amor

Confesso que minha curiosidade por este filme não veio particularmente pelo filme em si. Como assim, você com certeteza está se perguntando. Pois bem, a verdade é que, desde que conferi "O Virgem de 40 Anos" virei fã do trabalho do produtor, roteirista e diretor Judd Apatow. Sendo assim, após esta comédia surreal que faz ponte com diversos aspectos da cultura pop moderna, acompanhei todos (ou quase todos) os lançamentos que traziam a assinatura de Apattow, seja como diretor, seja como produtor ou roteirista. Foi assim com Ligeiramente Grávidos e Superbad e, apesar de ter lido alguns reviews e críticas acerca de Ressaca de Amor, só tive aflorada a curiosidade para assistí-lo quando o vi o DVD que estampava: "Do mesmo produtor de O Virgem de 40 Anos". Pois bem, decidi me arriscar através desse pequeno detalhe. Valeu a pena?

Com certeza valeu. O longa comandado e roteirizado por Jason Segel é o contraponto perfeito de diversos longas que abordam rompimentos de relacionamentos. Geralmente retratam a perda e a dor do universo feminino, isto não ocorre em Ressaca de Amor (Forgetting Sarah Marshall), que parte do ponto de vista do homem abandonado e como é difícil para um ser apaixonado seguir em frente, principalmente quando o contato com ex é inevitável.

Com muitas referências à cultura pop (como todos os filmes que têm a assinatura de Apatow), indo de O Senhor dos Anéis à Drácula, o filme ganha também devido aos ótimos personagens coadjuvantes, criaturas que, apesar de caricaturais e estereotipadas, acrescentam de forma competente o universo criado por Segel e, como não devia deixar de ser, divertem bastante.

Um pequeno grande filme que mostra o quão estúpidos nós (homens) somos quando não conseguimos seguir em frente após o término de uma relação e que, apesar das inevitáveis perdas, deveríamos separar vida pessoal dos deveres e responsabilidades. Será que isso é possível? Sinceramente o filme não está nem aí para isto, o que importa mesmo é estender um ombro amigo para todos aqueles que já passaram por momentos semelhantes (mas nunca iguais, pois seriam impossíveis, não acha? Não?).

Alugue, compre ou pegue emprestado, com certeza você se divertirá bastante, seja com as mensagens subliminares ou expositivas do universo sentimental masculino ou com as tiradas nada discretas e bastante ofensivas da equipe criativa encabeçada por Apatow.

Ah, vale destacar a infame opera rock do Drácula (apaixonado também, como não poderia deixar de ser). Infame...

NOTA: 8,5.

Ficha Técnica
Título original: Forgetting Sarah Marshall
Gênero: Comédia Romântica
Duração: 110 min
Ano de lançamento (EUA): 2008
Site oficial: www.forgettingsarahmarshall.com/

Estúdio: Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Direção: Nicholas Stoller
Roteiro: Jason Segel
Produção: Judd Apatow e Shauna Robertson

Elenco: Jason Segel, Kristen Bell, Mila Kunis, Russel Brand, Bill Hader, Johan Hill e Paul Rudd.


Trailer:

segunda-feira, 30 de junho de 2008

As Crônicas de Nárnia - Príncipe Caspian


Seqüencia do sucesso O Leão, O Guarda-roupa e a Feitiçeira, Príncipe Caspian traz de volta os irmãos Pevensie à Nárnia, visto que esta está novamente a mercê de forças malignas. Porém, desta vez, as crianças voltam à terra mágica séculos depois de sua última visita (a explicação dada é que o espaço-tempo dentre os dois mundos é diferente) e a encontram num verdadeiro caos. Nárnia foi completamente dominado pelos homens que, através de força e imposição (conheçemos bem isso, não?) promovem um massacre fatal nas demais raças fantásticas, ou seja, nos narnianos (pois os homens não são naturais do mundo de Nárnia). Ao mesmo tempo, o herdeiro do trono, Caspian, se vê orbigado a fugir pois fora alvo de assassinato de seu tio, que pretende colocar no trono seu filho recém-nascido, mesmo este não sendo herdeiro direto. Daí em diante Caspian encontra os antigos reis e rainha (os Pevensie) e, junto aos remanscentes narnianos, começam a formar uma aliança para reaver Nárnia e salvá-la da destruição em que está inserida.

Com um tom mais sombrio que o longa anterior, Príncipe Caspian apresenta uma grande evolução em relação ao primeiro. Os personagens estão mais a vontade, o roteiro mais direto e incisivo, as cenas de batalha mais elaboradas e, o principal, o ritmo do filme está mais contagiante e dinâmico e até mesmo os efeitos visuais melhoraram bastante desde 2005 (ano de lançamento da primeira parte).

Príncipe Caspian, de certa forma, traz consigo uma certa aura que remetem à trilogia O Senhor dos Anéis. Não em sua total complexidade, longe disso, mas no sentido e na busca da obra, em sua caracterização, visto que desde O Retorno do Rei (a terceira parte da trilogia Senhor dos Anéis) um filme de fantasia não apresentava qualidades suficientes, tanto para crítica quanto para o público, porém, de certa forma, Príncipe Caspian promove um retorno ao estilo elevado de O Senhor dos Anéis.

Por fim, o longa é bastante superior a primeira parte (e também de outros lançamentos do estilo, como Eragon e A Bússola de Ouro) por, primeiramente, conseguir desenvolver uma certa identidade e, graças a agora comprovada competência do diretor Andrew Adamson (dos dois primeiros Shreks), Príncipe Caspian se apresenta como um filme maduro e divertido, que não apresenta o mesmo erro da parte anterior, que focou alvo no público infantil e deixou os adolescente e viciados em fantasia a segundo plabo. Desta vez, com o tom soturno da obra, o longa ganhou bastante e, até mesmo sua duração foi elevada: este novo lançamento passa das duas horas de projeção. Uma boa opção para todas as idades.

NOTA: 8.

Ficha Técnica:
Título Original: The Chronicles of Narnia: Prince Caspian
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 147 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.disney.com.br/cinema/narnia2
Estúdio: Walt Disney Pictures / Walden Media / Ozumi Films / Silverbell Films / Stillking Films
Distribuição: Walt Disney Studios Motion Pictures / Buena Vista International
Direção: Andrew Adamson
Roteiro: Christopher Markus, Andrew Adamson e Stephen McFeely, baseado em livros de C.S. Lewis
Produção: Andrew Adamson, Mark Johnson e Philip Steuer
Música: Harry Gregson-Williams
Fotografia: Karl Walter Lindenlaub
Desenho de Produção: Roger Ford
Direção de Arte: David Allday, Matthew Gray, Klara Holubova, Jules Cook, Stuart Kearns, Jill Cormack, Elaine Kusmishko, Charles Leatherland, Phil Simms, Jirí Sternwald, Frank Walsh e Jason Knox-Johnston
Figurino: Isis Mussenden
Edição: Sim Evan-Jones
Efeitos Especiais: Weta Digital / Baseblack / Escape Studios / Moving Picture Company / Framestore CFC / Giant Studios / Rising Sun Pictures / ScanlineVFX

Elenco: William Moseley, Skandar Keynes, Anna Popplewell, Georgie Henlie, Ben Barnes, Sergio Castellito, Tilda Swinton e Liam Neeson (voz).


quarta-feira, 25 de junho de 2008

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

Confesso que nunca fui fã da série Indiana Jones. Quando criança, era mais um dos vários espectadores da nostálgica "Sessão da Tarde", porém me encantava muito mais com Marty McFly e Doc Brown (junto ao magnífico DeLorean modificado) no clássico De Volta para o Futuro ou com os tipos brucutus, porém carismáticos de Scharzenegger, como em O Exterminador do Futuro e Predador. Tais longas me encantavam muito mais do que os estrelados pelo arqueólogo aventureiro.

No entanto, foi recentemente (já nos anos 2000) que descobri o mito Indiana Jones. Assistindo ao primeiro box em DVD do arqueólogo pude presenciar uma sensação de nostalgia e divertimento, apesar deste não ter feito parte da minha vida. Porém, antes tarde do que nunca. Não virei um fã, porém após ver os longas em ordem cronológica, começei a admirar muito a série e, principalmente, seu diretor, o eterno pipoqueiro, Steven Spielberg.

Contudo, o que importa é falar de O Reino da Caveira de Cristal. Pois bem, quase duas décadas após a 'finalização' da série, eis que Spielberg, junto à George Lucas (criador e produtor dos filmes) e Harrison Ford (eterno herói à lá 80's) se reunem novamente e colocam nos cinemas de todo o mundo mais uma aventura do ícone norte-americano para uma nova geração. Porém, como já dito, quase vinte anos se passaram. A idéia deu certo?

Com certeza. O Reino da Caveira de Cristal é um dos filmes mais divertidos da temporada. 'Atualziando' o ritmo matinê dos filmes antigos para as novas platéias, o longa tem de tudo: ação, aventura, romance e, é claro, situações cômicas. Porém, nada disso funcionaria se o elenco não estivesse à altura do projeto. Além da volta do eterno Jones, Harrison Ford, que, apesar das rugas a mais continua com o mesmo espírito forte e atuação marcante (talvez o melhor personagem de sua carreira), tem-se um belíssimo elenco de apoio. O 'novo' talento Shia LaBeouf (Transformers), a oscarizada Cate Blanchett (Elizabeth), o competentíssimo Ray Winstone (A Lenda de Beoulf) e a volta de Karen Allen, interesse romantico do herói no primeiro longa da série.

Quanto à história, é um mais do mesmo. Mais de vinte anos depois do ocorrido no terceiro episódio, dessa vez o mundo vive o regime bipolar, plena guerra fria. Dessa forma, os tradicionais vilões nazistas são substituídos pelos soviéticos, liderados pela personagem caricata, porém muito a vontade de Cate Blanchett. Ela obriga Jones a encontrar a tal Caveira de Cristal do título, que seria um objeto extremamente valioso para os objetivos da extinta União Soviética, visto que, segundo a lenda, o artefato teria poderes inimagináveis, de ordem psíquica (um tema que lembra um pouco Hellboy, de Guilhermo Del Toro).

A partir daí viagens seguem, personagens se encontram (e reecontram), traições ocorrem e, é claro, explosões, brigas e correria. Mas o que mais chama a atenção ao tema do filme é a inclusão de nuances espirituais e extraterrestres. Isso mesmo, há um clima de retorno do diretor Spielberg aos seus primeiros (e, digamos, mais brilhantes) trabalhos, tais qual E.T. e Contatos Imediatos.

Por fim, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é um filme que surpreende, pois diverte como poucos sem desrespeitar a inteligência do espectador. As mais de duas horas correm freneticamente e, após toda a projeção, fica apenas uma conclusão: a de que fazia tempo (desde King Kong, de Peter Jackson no final de 2005) que não me divertia tanto com um filme de aventura pipoca atemporal no cinema. Salve Indy!

NOTA: 9.

Ficha Técnica:
Título Original: Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull
Gênero: Aventura
Tempo de Duração:
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.indianajones.com
Estúdio: Paramount Pictures / Lucasfilm / Santo Domingo Film & Music Video / Amblin Entertainment
Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: David Koepp, baseado em estória de George Lucas e Jeff Nathanson e nos personagens criados por George Lucas e Philip Kaufman
Produção: Frank Marshall
Música: John Williams
Fotografia: Janusz Kaminski
Desenho de Produção: Guy Dyas
Direção de Arte: Luke Freeborn, Lawrence A. Hubbs, Mark W. Mansbridge, Lauren E. Polizzi e Troy Sizemore
Figurino: Bernie Pollack e Mary Zophres
Edição: Michael Kahn
Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic / Gentle Giant Studios

Elenco: Harrison Ford, Shia LaBeouf, Karen Allen, Cate Blanchett, Ray Winstone, John Hurt e Jim Broadbent.



domingo, 1 de junho de 2008

Speed Racer


Eis que, após a conclusão da saga Matrix, em 2003, os roteiristas e diretores da revolucionária e cultuada obra de ficção científica, Andy e Larry Wachowski, voltam a filmar (em 2006 produziram e escreveram V de Vingança). E, o projeto no qual se envolveram é tão destacável quanto sua obra anterior: a adaptação do clássico animé japonês Speed Racer.

Totalmente filmado em green-screen (ou seja, no fundo verde, sem cenários), o longa conta com Emile Hirsch (revelado em Um Show de Vizinha e reconhecido como "ator" em filmes como Alpha Dog e, principalmente, Na Natureza Selvagem), que vive Speed, um jovem piloto de corridas que, ao lado da família (composta pelos veteranos John Goodman e Susan Sarandon, como seus pais, o irmão mais novo e o "macaco" da família), que detém uma equipe de automobilismo, deseja ser campeão e, também, honrar o irmão desaparecido anos atrás devido a alguns "impasses de percusso" (políticas nada convencionais dos concorrentes).

O enredo é bastante simples e, devido a isto, acaba não ajudando muito ao filme. O que mais marca nele são a enchurrada de efeitos visuais ( a cargo da mesma equipe que criou os efeitos revolucionários da trilogia Matrix) que, no entanto, não acrescentam muito à já tão saturada safra de filmes que detém efeitos similares. Os técnicos tentam apresentar novidades, porém o que mais se nota de "diferente" é a utilização de cores chamativas e fortes (que, de certa forma, são características dos animés e mangás) e o deslocamento dos ângulos de câmera. No entanto, isso não basta para elevar o filme há um ótimo exemplar do gênero.

Speed Racer é, de certa forma, cansativo. O longa é bastante longo (perdoe a redundância) para o pouco conteúdo, os momentos de alívio cômico (que não são poucos) são exagerados e até mesmo pastelões demais e, as seqüencias de corrida não apresentam nada de novo e, conseqüentemente, não empolgam (até chegam a cansar um pouco).

O filme não é péssimo, longe disso. Porém, numa comparação com seus rivais (Homem de Ferro, que estrou uma semana antes e o novo Indiana Jones, que estreou uma semana depois) Speed Racer corre bem atrás (que contradição). O longa não sabe a quem deve agradar: as crianças, os adolescentes, os pais? Não fica claro durante toda a exibição. Tanto que o filme foi fracasso de bilheteria nos Estados Unidos, tendo melhor retorno em outros países, como no Brasil, contudo não sendo o suficiente para deixar os produtores mais aliviados.

Por fim, o filme, ainda assim, é uma boa pedida. Inferior há vários do gênero? Com certeza. No entanto, as boas atuações (se bem que um tanto caricatas) ajudam a criar empatia para com o filme que despenca por não saber há quem agradar. No mínimo, uma boa pedida para o fim de semana com a família quando estiver disponível em DVD.

NOTA: 7.

Ficha Técnica:
Título Original: Speed Racer
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 135 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.speedracerofilme.com.br
Estúdio: Warner Bros. Pictures / Anarchos Productions / Village Roadshow Pictures / Silver Pictures
Distribuição: Warner Bros.
Direção: Andy Wachowski e Larry Wachowski
Roteiro: Andy Wachowski e Larry Wachowski, baseado em série de TV criada por Tatsuo Yoshida
Produção: Grant Hill, Joel Silver, Andy Wachowski e Larry Wachowski
Música: Michael Giacchino
Fotografia: David Tattersall
Desenho de Produção: Owen Paterson
Direção de Arte: Hugh Bateup, Marco Bittner Rosser, Stephan O. Gessler, Sebastian T. Krawinkel e Anja Müller
Figurino: Kym Barrett
Edição: Roger Barton e Zach Staenberg
Efeitos Especiais: CIS Hollywood / Evil Eye Pictures / CafeFX / BUF / Industrial Light & Magic / Lola Visual Effects / Digital Domain / Proof / Rainmaker Animation & Visual Effects / Gentle Giant Studios / Halon Entertainment / Rising Sun Pictures / Sony Pictures Imageworks

Elenco: Emile Hirsch, Christina Ricci, Mathew Fox, John Goodman e Susan Sarandon.

Trailer:


sábado, 31 de maio de 2008

Homem de Ferro


Finalmente a Marvel Studios (divisão de cinema da editora de quadrinhos Marvel Comics) se livrou das amarras dos grandes estúdios e alçou vôo sozinha. Produdizo com recursos próprios (vindos, certamente do largo lucro acumulado as triologias de Homem-Aranha, X-Men e outros mais) e distribuído pela Paramount, eis que é lançado Homem de Ferro, mais um dos grandes heróis clássicos do panteão da editora, que, apesar mesmo não tão conhecido pela grande massa como os personagens dos filmes citados acima, possui um imenso número de fãs ao redor do globo.

Pois bem, Homem de Ferro conta a história de como o playboy Tony Stark (Robert Downey Jr., excelente), proprietário de uma das maiores indústrias armamentistas e de tecnologia do mundo, é atingido pela própria criaçao. Ou seja, os equipamentos que ele produz são utilizados de forma "errônea" por "terroristas" do Oriente, que, numa emboscada enquanto Stark voltava de uma negociata com o exército norte-americano, é alvo de uma explosão que deixam seqüelas gravíssimas em Stark: fragmentos do armamento perfuram seu peito e ele não morre por milagre: é salvo por um médido, refém dos tais terroristas que, a propósito, não perdem a oportunidade e seqüestram Stark também, com o intuito de tê-lo como construtor de poderosos armamentos.

Bem, a partir daí Tony, ao invés de construir o armamento como lhe é ordenado, passa a construir uma espécie de armadura para que assim possa fugir (junto com o médico) da "prisão". O resto é óbvio, Stark foge e, depois dessa experiência, digamos, crítica, reflete melhor e decide não mais investir em guerra (o cara fabrica armamentos e, eles podem cair em "mãos erradas") e sim utilizar o mais novo invento com o intuito de defender a população desses armamentos. Surge assim o Homem de Ferro.

O longa de Jon Favreau (diretor de Zathura e ator em diversos filmes, como o do também super-herói da Marvel, Demolidor) é brilhante. Alia com cautela todos os elementos que devem fazer parte do filme pipoca moderno: roteiro contextualiazdo com a atualidade, toques de comédio e romance, ótimo elenco (o filme ainda tem estrelas como Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges e Terrence Howard) e, é claro, ótimas cenas de ação que, além de contribuírem ao desenvolvimento da trama, não são altamente dependentes da computação gráfica para apresentarem ilusão de realismo.

Sendo assim, não é surpresa o filme ter arrasado nas bilheterias mundiais, ser líder por quase três semanas no Top 10 (desbancando outros blockbusters, como Speed Racer), faturado mais de 300 milhões nelas e ter garantido para 2010 uma seqüencia. Nada mal para o "primeiro" filme do agora "livre" Marvel Studios, que em junho ataca novamente com o novo filme do "Incrível Hulk".

P.S.: Aguardem até o final dos créditos que verão uma surpresa, principalmente os fãs de quadrinhos.

NOTA: 9.

Ficha Técnica:
Título Original: Iron Man
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 126 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.homemdeferro.com.br
Estúdio: Dark Blades Film / Marvel Entertainment / Road Rebel
Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Jon Favreau
Roteiro: Art Marcum, Matt Holloway, Mark Fergus e Hawk Otsby, baseado em personagens criados por Stan Lee, Don Heck, Jack Kirby e Larry Lieber
Produção: Avi Arad e Kevin Feige
Música: Ramin Djawadi
Fotografia: Matthew Libatique
Desenho de Produção: J. Michael Riva
Direção de Arte: Suzan Wexler
Figurino: Rebecca Bentjen e Laura Jean Shannon
Edição: Dan Lebental
Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic


Elenco: Robert Downey Jr., Terrence Howard, Jeff Bridges, Gwyneth Paltrow, Jon Favreau e Samuel L. Jackson.

Trailer: