terça-feira, 29 de setembro de 2009

CINEMA: Brüno (2009, EUA/ING)


SINOPSE:

Brüno (Sacha Baron Cohen) é o apresentador do programa noturno de moda de maior audiência em todos os países de língua germânica, com exceção da Alemanha. Homossexual assumido, seu grande objetivo é tornar-se o austríaco mais conhecido desde Adolf Hitler. Para tanto ele realiza diversas viagens ao redor do planeta, sempre em busca de fama e glamour.

IMPRESSÕES:

Mais uma vez o comediante ingês Sacha Baron Cohen (Borat) utiliza do estilo de filmagem do filme anterior pra criar, de forma antológica, um painel crítico acerca de particularidades do universo do homem que, como que por incapacidade de se assumir como ser imperfeito, abraça o moralismo fabricado, enquanto esconde cada vez mais as "verdades particulares" do meio ao seu redor. É é para cutucar esse estado de falsa moralidade que o filme Brüno existe.




















Como crítica ao sistema do culto à fama, da efemeridade de astros e estrelas (da música, do cinema, da tv, das passarelas, não importa), da celebrização do grotesco e da fabricação de ídolos, Brüno funciona a contento, visto que suas imagens de cunho "documental" (a maioria das cenas não foram ensaiadas, mas sim improvisadas com pessoas que não sabiam que aquilo resultaria num filme de ficção, nem mesmo sabiam que o Brüno era um personagem) ajudam a criar uma aura mais palpável, por fim, acreditável de que o que se passa na tela, apesar do teor grotesco, faz parte sim da nossa realidade, da nossa fatídida e cada vez mais isolada (apesar do escape através das novas tecnologias digitais) sociedade pós-moderna (liquída, se formos ouvir Baumann).


Contudo, analisando o que interessa tanto quanto o conteúdo subliminar do filme, que é a comicidade, Brüno, infelizmente, deixa um pouco a desejar. Não que o filme seja sem graça, longe disso. Apesar de algumas cenas excessivamente apelativas, o longa é extremamente engraçado, no entanto, seu valor criativo e sua surpresa apagam-se um pouco após a exibição de Borat (o longa anterior de Cohen, que focava um repórter do Cazaquistão e suas desventuras nos EUA - enredo conhecido?), já que em comparação com este, o anterior mostra-se superior, principalmente por deter um personagem mais carismático e, até certo ponto, sincero e inocente. A identificação é mais direta, enquanto que com Brüno essa relação não chega a se completar.

Por fim, se conseguirmos tirar a imagem de Borat da cabeça (ou se você ainda não tiver visto), com certeza Brüno engrandeçe. Mas, no fim, isso não importa tanto, pois o longa é engraçado, é dinâmico, é sujo (quer isso seja bom ou ruim), é crítico... portanto, não perca tempo e confira. Pois, acima de tudo, o filme é "uberengraçado"!
NOTA: 7,5.

P.S.: O encerramento, com uma canção repleta de rock stars, é fenomenal!

Elenco: Sacha Baron Cohen, Gustaf Hammarsten, Clifford Bañagale e Paula Abdul.

Ficha Técnica:
Título original
:Brüno
Gênero
:Comédia
Duração
:81 min
A
no de lançamento:2009
Site oficial
:http://www.meinspace.com/bruno/
Estúdio
:Everyman Pictures / Four by Two / Media Rights Capital
Distribuidora
:Universal Pictures / Columbia Pictures do Brasil
Direção
: Larry Charles
Roteiro
:Anthony Hines, Sacha Baron Cohen, Dan Mazer e Jeff Schaffer, baseado em estória de Peter Baynham, Sacha Baron Cohen, Anthony Hines e Dan Mazer e em personagem criado por Sacha Baron Cohen
Produção
:Sacha Baron Cohen, Monica Levinson, Dan Mazer e Jay Roach
Música
:Erran Baron Cohen
Fotografia
:Anthony Hardwick e Wolfgang Held
Direção de arte
:Kate Bunch e Lisa Marinacio
Figurino
:Jason Alper
Edição
:Scott M. Davids e James Thomas


Trailer:

domingo, 20 de setembro de 2009

DVD: Mutum (2007, BRA)


SINOPSE:

Mutum é um local isoldado do sertão de Minas Gerais, onde vivem Thiago (Thiago da Silva Mariz) e sua família. Thiago tem apenas 10 anos e, juntamente com seu irmão e único amigo Felipe (Wallison Felipe Leal Barroso), é obrigado a enxergar o nebuloso mundo do adultos.
(Fonte: Adoro Cinema).

IMPRESSÕES:

Ao meu ver, o mal do cinema brasileiro não reside nas idéias (essas são praticamente infinitas), na criatividade dos nossos realizadores, sejam eles roteiristas, produtores, diretores ou técnicos (pois estes realizam muito com o pouco que dispõem) ou na falta de uma pluralidade de gêneros reconhecíveis (característica esta ao mesmo tempo positiva e negativa do cinema norte-americano), mas sim na falta de dinamismo do produto final, visto que que grande parte da produção nacional (arriscaria apontar mais de 50% dos produtos lançados num ano) detém uma montagem arrastada e lenta, tornando um filme que detém uma idéia interessante e atrativa numa experiência não muito satisfatória. Infelizmente o drama Mutum encaixa-se nesta categoria.


Dirigido com esmero e sensibilidade, mas também com aspereza e certo desleixo por Sandra Kogut, Mutum, baseado numa obra literária "Campo Geral" do mestre brasileiro Guimarães Rosa, acompanha a trajetória do garoto Thiago e, através dos seus olhos, vemos um mundo bastante diferente e ao mesmo tempo tão reconhecível por todos que um dia foram ou ainda são crianças. É nos pequenos detalhes que o longa de Kogut apresenta mérito, como nos momentos onde podemos observar, através de uma câmera fixa (liberdade artística, falta de recursos ou amadorismo? Eis a questão) o olhar complacente e ao mesmo tempo perdido do menino, ação esta que, com absoluta certeza, todos nós já exercemos, como se o espaço-tempo inessistisse no momento e fôssemos apenas luz ou ar num espaço infinito. É através dos links poéticos, entrelaçados aos aspcetos inerentes à dura realidade (no caso do filme a do povoado de Mutum, no sertão de Minas Gerias do século passado) que Mutum se forma e, apesar do pouco gás e da irregularidade ao apresentar uma história até ponto simples, mas repleta de simbologias e subtextos, através de pequenos detalhes como o citado acima, se engrandece e traz-nos uma sensação de nostalgia, carregando consigo emoção e esperança. Palavras essas que, juntas, deveriam resumir qualquer infância e, é somente por isso que o filme transcende e nos mostra algo a mais de suas limitações técnicas.

NOTA: 7.

Elenco: Thiago da Silva Mariz, Wallison Felipe Leal Barroso, João Miguel, Isadora Fernandes e Rômulo Braga.

Ficha Técnica:
Título original:Mutum
Gênero:Drama
Duração:95 min
Ano de lançamento:2007
Site oficial:http://www.mutumofilme.com.br/
Estúdio:Tambellini Filmes / Gloria Films / Videofilmes
Distribuidora:Videofilmes
Direção: Sandra Kogut
Roteiro:Ana Luíza Martins Costa e Sandra Kogut, baseado em livro de João Guimarães Rosa
Produção:Flávio R. Tambellini, Laurent Lavolé e Isabelle Pragier
Fotografia:Mauro Pinheiro Jr.
Direção de arte:Marcos Pedroso


Trailer:

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

DVD: Marco Zero (Day Zero / 2007)


SINOPSE:

O filme mostra a vida de três melhores amigos em Nova York, onde tem 30 dias para entrar em acordo com seus destinos. Rifkin (Chris Klein) é um advogado casado e sua carreira está progredindo. Feller (Elijah Wood) está trabalhando em sua segunda novela. Dixon (Jon Bernthal) dirige um táxi e vive sozinho até ele encontrar alguém e ter alguma coisa para perder.



IMPRESSÕES:

Drama contemporâneo que aborda o drama de três amigos, vividos respectivamente na tela por Elijah Wood (trilogia O Senhor dos Anéis), Chris Klein (Tudo Pela Fama) e Jon Bernthal (A Volta dos Bravos), que recebem uma convocação para servirem na guerra que acontece em território Iraquiano. A partir daí, conhecemos o impacto da psicológio da convocação, as angústias, os sonhos e os pensamentos conflituosos (incluindo aí as motivações políticas do país e a miscelânea de teorias acerca do conflito) do jovem norte-americano, através dos olhos destes três personagens. Em pouco mais de uma hora e meia, o longa de Bryan Gunnar Cole (estreando na direção de longas) nos mostra, com leveza e parcimônia, as divergências ideológicas existentes no Estados Unidos, incluindo aí o fatídico patriotismo cego tão comum naquele país (uma boa dica quanto a este tema é o filme da HBO, estrelado por Kevin Bacon, chamado "O Retorno de um Herói").

Apesar de contundente e extremamente atual, Marco Zero peca por simplificar demais temas tão pertinmentes quanto a invasão e consequente guerra no Oriente Médio e a visão do jovem americano do conflito, além de as vezes extrapolar no sentimentalismo e no pensamento maniqueísta, apresentando algumas idéias um tanto quanto definidas demais (especialmente quando apresenta jovens bastante abalados psicologicamente e, aparentemente, sem motivos plausíveis - o clássico de Stanley Kubrick, "Nascido para Matar", consegue maior êxito neste quesito), deixando assim de mostrar um mundo mais cinza, mais indefinido, mais palpável, ou seja, mais próximo da realidade vigente.

Pra finalizar, Marco Zero é um bom trabalho, possui mais méritos do que defeitos e comprova mais uma vez a possibilidade que o cinema alternativo norte-americano vem dando à reciglagem e discussão de idéias, indo de certa forma contra a corrente da mesmice da maioria dos filmes do tão inflado cinema mainstream.

NOTA: 7.

Elenco: Elijah Wood, Chris Klein, Jon Bernthal, Ginnifer Goodwyn e Elisabeth Moss.

Ficha Técnica:

Título Original: Day Zero
Gênero: Drama
Duração: 92 minuto
Ano de lançamento: 2007
Estúdio: Indalo Productions
Distribuidora: Califórnia Filmes
Direção: Bryan Gunnar Cole
Roteiro: Rob Malkani
Produção: Anthnoy Moody
Música: Erin O' Hara e Jim Black
Fotografia: Matthew Clark
Edição: Bill Pankow ACE, e Bryan Gunnar Cole.

Trailer:


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Reino Proibido


SINOPSE:

Jason Tripitikas (Michael Angarano) é um garoto de 17 anos que é fanático por artes marciais. Ele regularmente sonha com o Rei Macaco (Jet Li), um mestre na arte do kung fu, e frequenta uma loja de penhores em Chinatown, gerenciada por Old Hop (Jackie Chan), à procura de filmes de luta baratos. Um dia ele encontra, no fundo da loja, um cajado-bo com mais de um metro e um macaco gravado, exatamente igual ao usado pelo Rei Macaco em seus sonhos. Old Hop lhe diz que o cajado está na loja desde que seu avô a abriu e que um homem deveria vir comprá-lo para devolvê-lo ao seu dono, o que nunca aconteceu. Posteriormente Jason é obrigado por uma gangue de rua a invadir com eles a loja de Old Hop, no intuito de assaltá-la. Porém antes de ser imobilizado Old Hop empurra o cajado-bo a Jason, pedindo que ele o devolva ao seu verdadeiro dono. Jason consegue fugir do local, mas cai do telhado e fica inconsciente. Ao acordar ele se vê em uma vila na antiga China, juntamente com o cajado-bo.

IMPRESSÕES:

Aventura à moda antiga, que lembra muito o clássico A História Sem Fim, "O Reino Proibido (The Forbidden Kingdom)" possui, de certa forma, uma mistura de gêneros que fazem a cabeça da molecada. Fantasia, aventura, artes-marciais e "romance", portanto, um cardápio completo para quem deseja ser entretido.

Também divulgado como histórico, pois o longa reúne, pela primeira vez na história do cinema, os astros chineses dos filmes de artes-marciais Jet Li (Cão de Briga) e Jackie Chan (A Hora do Rush), não como antagonistas (que era o esperado, visto que, apesar de deslumbrante e bem executado, o combate mostrados entre os dois não passa de um engodo), mas sim como aliados na missão de ajudar um jovem norte-americano - pra variar -, vivido por Michael Angarano (Pequenos Segredos), a quebrar uma maldição e cumprir uma profecia salvando o místico Rei Macaco.


Tecnicamente deslumbrante, "O Reino Proibido" foi coreografado pelo mestre Yuen Woo-ping (de O Tigre e o Dragão e Matrix), que, como de praxe, transforma os combates num verdadeiro balé, tamanha a leveza empregada. Os efeitos-visuais também são destaque no longa, já que são utilizados apenas em momentos-chave, não tentando chamar para si toda a atenção, deixando claro que o filme é de Li e Chan (dupla de extremo carisma, por sinal).

Rob Minkoff, co-diretor de O Rei Leão, faz um bom trabalho ao costurar influências de diversos filmes (em especial, os de aventura) e prestar-lhes homenagens, pecando apenas por ocidentalizar demais aspectos inerentes da cultura chinesa (e oriental, em geral), fato óbvio na estrutura do filme, principalmente durante o último ato e na conclusão repleta de obviedade.

NOTA: 7.

Elenco: Jet Li, Jackie Chan, Michael Angarano, Liu Yifei, Colin Chou e Wang Deshun.

Ficha Técnica:
Título original
:The Forbidden Kingdom
Gênero
:Aventura
Duração
:113 min
Ano de lançamento
:2008
Site oficial
:http://www.forbiddenkingdommovie.com/
Estúdio
:Relativity Media / Huayi Brothers / Casey Silver Productions / China Film Co-Production Corporation
Distribuidora
:The Weinstein Company / Imagem Filmes
Direção
: Rob Minkoff
Roteiro
:John Fusco
Produção
:Casey Silver
Música
:David Buckley
Fotografia
:Peter Pau
Direção de arte
:Eric Lam
Figurino
:Shirley Chan
Edição
:Eric Strand
Efeitos especiais
:Asia Legend / Macrograph / Svengali Visual Effects


Trailer:

Anjos da Noite - A Rebelião


SINOPSE:

A partir do primeiro imortal, Alexander Corvinus, nascem duas raças de seres sobrenaturais: os vampiros e os lobisomens. Os vampiros vêm da linhagem de Markus, filho de Corvinus, tornando-se elegantes e aristocráticos. Já os lobisomens, oriundos de William, também filho de Corvinus, são bestas selvagens sem qualquer traço de humanidade. Os vampiros dominam o território onde hoje é situada a Hungria e sempre temeram os lobisomens devido à sua força e brutalidade. Até que uma alteração genética faz com que um lobisomem feminino desse à luz um filho de aparência humana, Lucian (Michael Sheen). Ele nasce na casa de Viktor (Bill Nighy), o líder dos vampiros, e, ao contrário dos demais de sua espécie, pode se transformar em animal sempre que desejar. Viktor usa esta característica para desenvolver a partir de Lucian uma nova espécie de escravos, explorados pelos vampiros como trabalhadores à luz do dia. Para controlá-los a nova espécie é obrigada a usar coleiras pontiagudas prateadas, que os impedem de se transformar.

IMPRESSÕES:

É inegável a ganância e a falta de criatividade dos produtores e estúdios cinematográficos de Hollywood, porém a gota d'água veio com a decisão de se filmar este "Anjos da Noite - A Rebelião (Underworld - Rise of the Lycans)". O fato é que a trama descrita acima já foi apresentada, através de flashbacks (e de forma resumida, claro), no primeiro filme da série Underworld, lançado em 2003. Ou seja, este "A Rebelião" nada mais é do que um remake de parte de um filme, só que extendido. Confuso?

Fora à falta de criatividade na elaboração, "Anjos da Noite - A Rebelião" detém seu charme. O contraste da fotografia (em tons azulados) e a reconstituição de época são atrativos (o filme se passa na Idade Média), assim como seu figurino e maquiagem. No entanto, nos quesitos que mais importam num filme deste gênero, "Anjos da Noite - A Rebelião" falha drasticamente. Seus efeitos-visuais são de segunda categoria (devido à evolução das tecnologias de CGI e seu barateamento, é praticamente imperdoável a realização de um filme "mal-feito" hoje), apesar do momento marcante da transformação de Lucian (Michael Sheen, de Frost/Nixon) em Lycan (Lobisomem no "mundo real") pela primeira vez, cena que homenageia o clássico Um Lobisomem Americano em Londres (será?), pois a edição não poderia ser mais cliché e maçante (recheada de cortes bruscos a cada milésimo de segundo - só existe um Tony Scott). Tudo isso sob a batuta do estreante Patrick Tatopoulus, que antes de dirigir este filme se dedicava a supervisionar os efeitos-visuais dos filmes anteriores da série. Dá pra acreditar? No que, teoricamente, o cidadão mais entende, acaba falhando de forma arrasadora. Vai entender.


Quanto ao elenco, com execssão de Sheen (que não compromete, nem se entrega), está péssimo. Do compententíssimo Bill Nighty (O Jardineiro Fiel), que infelizmente repete os mesmos trejeitos e manias - em especial os tiques com a boca - em quase todos os seus personagens desde o filme Simplesmente Amor, sendo o momento em que deixa escorrer sangue ao beber uma taça o pior momento de Nighty no longa, até a heroína vivida por Rhona Mitra (Juízo Final), que, sinceramente, parece Conan, o Bárbaro (tanto no físico, quanto na interpretação) e, pra completar, o co-criador e co-roteirista desta obra, Kevin Grevioux (Underworld - Anjos da Noite), o qual não irei comentar - não vale a pena.

Contudo, o filme é relativamente curto e isso vale como aspecto positivo (ou não, se levarmos em conta que ele na verdade é um flashback alargado). Salve Hollywood!

NOTA: 6.

Elenco: Michael Sheen, Rhona Mitra, Bill Nighty, Steven Mackintosh e Kevin Griveoux.

Ficha Técnica:
Título original
:Underworld: Rise of the Lycans
Gênero
:Ação
Duração
:92 min
Ano de lançamento
:2009
Site oficial
:http://www.anjosdanoitearebeliao.com.br
Estúdio
:Lakeshore Entertainment / Screen Gems / UW3 Film Productions / Sketch Films / Intelligent Creatures
Distribuidora
:Sony Pictures Entertainment
Direção
: Patrick Tatopoulos
Roteiro
:Danny McBride, Dirk Blackman e Howard McCain, baseado em estória de Len Wiseman, Robert Orr e Danny McBride e nos personagens criados por Kevin Grevioux, Len Wiseman e Danny McBride
Produção
:Gary Lucchesi, Tom Rosenberg, Skip Williamson, Len Wiseman, Richard S. Wright e Richard Wright
Música
:Paul Haslinger
Fotografia
:Ross Emery
Direção de arte
:Brendan Heffernan e Gary Mackay
Figurino
:Jane Holland
Edição
:Peter Amundson e Eric Potter
Efeitos especiais
:Duran Duboi / Element FX / Furious FX / Patrick Tatopoulos Design / Forêt Bleue / Gentle Giant Studios / Proof / Tatopoulos Studios / Intelligent Creatures


Trailer:

Anjos e Demônios


SINOPSE:

O professor de simbologia Robert Langdon (Tom Hanks), depois de decifrar o código DaVinci, é chamado pelo Vaticano para investigar o misterioso desaparecimento de quatro cardeais. Agora, além de enfrentar a resistência da própria igreja em ajudá-lo nos detalhes de sua investigação, Langdon precisa decifrar charadas numa verdadeira corrida contra o tempo porque a sociedade secreta por trás do crime em andamento tem planos de explodir o Vaticano.

IMPRESSÕES:

Em resumo: "Anjos e Demônios (Angels and Demons)", o filme, é superior ao seu predecessor (no cinema) O Código DaVinci. Superior? Sim, pois o filme de Ron Howard (Frost/Nixon) é mais dinâmico e, consequentemente, gera mais interesse do que O Código DaVinci. Tom Hanks (Jogos do Poder) está mais solto interpretando o simbologista Robert Langdom e, desta vez, apesar de não ser concretizado romance algum (fato que contraria à obra literária) a parceira de Langdom não é apática, mas sim belíssima (apesar de como personagem encontrar-se um tanto quanto perdida). Vittoria Vetra é interpretada pela israelense Ayelet Zurer (Munique). Fecahndo o elenco principal temos Ewan McGregor (A Lista), bastante contido e Armin Mueller-Stahl (Senhores do Crime), de longe o grande destaque do filme (assim como o foi Ian McKellen no anterior, comprovando o "poder de fogo" dos veteranos em roubar filmes).


O enredo de "Anjos e Demônios" é atrativo, porém não crível o bastante. Existem diversos elementos bem elaborados no jogo de conspiração criado por Dan Brown e adaptado por David Koepp (Indiana Jones e O Reino da Caveira de Cristal) e Akiva Goldsman (Uma Mente Brilhante), no entanto o que mais chama a atenção no movimentado filme (principalmente em comparação ao filme anterior, já que se compará-lo aos seus concorrentes à maior bilheteria do verão de 2009, como Transformers 2, Anjos seria um velhinho de muletas contra uma ferrari turbinada) é a parte técnica, desde a primorosa iluminação e fotografia de Salvatore Totino (A Luta Pela Esperança) à cenografia, que recria (ou cria?) de maneira sublime a arquitetura e o universo todo particular do Vaticano, fazendo o espectador ser transportado para o berço do catolicismo. Resumindo o "em resumo" acima: "Anjos e Demônios" é tecnicamente bem-feito, mas totalmente esquecível.

NOTA: 7.

Elenco: Tom Hanks, Ewan McGregor, Ayelet Zurer, Armin Mueller-Stahl e Stellan Skarsgard.

Ficha Técnica:
Título original
:Angels and Demons
Gênero
:Suspense
Duração
:138 min
Ano de lançamento
:2009
Site oficial
:http://www.anjosedemoniosofilme.com.br
Estúdio
:Columbia Pictures / Sony Pictures Entertainment / Imagine Entertainment
Distribuidora
:Columbia Pictures / Sony Pictures Entertainment
Direção
: Ron Howard
Roteiro
:David Koepp e Akiva Goldsman, baseado em livro de Dan Brown
Produção
:John Calley, Brian Grazer e Ron Howard
Música
:Hans Zimmer
Fotografia
:Salvatore Totino
Direção de arte
:Alex Cameron, Luke Freeborn, Marc Homes, Giles Masters e Dawn Swiderski
Figurino
:Daniel Orlandi
Edição
:Daniel P. Hanley e Mike Hill
Efeitos especiais
:CIS Vancouver / The Senate Visual Effects / Plowman Craven & Associates / Moving Picture Company


Trailer:

Up - Altas Aventuras


SINOPSE:

Carl Fredricksen (Edward Asner) é um vendedor de balões que, aos 78 anos, está prestes a perder a casa em que sempre viveu com sua esposa, a falecida Ellie. O terreno onde a casa fica localizada interessa a um empresário, que deseja construir no local um edifício. Após um incidente em que acerta um homem com sua bengala, Carl é considerado uma ameaça pública e forçado a ser internado em um asilo. Para evitar que isto aconteça, ele enche milhares de balões em sua casa, fazendo com que ela levante vôo. O objetivo de Carl é viajar para uma floresta na América do Sul, um local onde ele e Ellie sempre desejaram morar. Só que, após o início da aventura, ele descobre que seu pior pesadelo embarcou junto: Russell (Jordan Nagai), um menino de 8 anos.

IMPRESSÕES:

Não sei dizer se a Pixar Animation se superou mais uma vez, contudo que ela se recriou mais uma vez, disto não há dúvida alguma. Apostando numa história que abraça com coerência ímpar o sentimento e a aventura, numa mistura dos melhores filmes água com açúcar e clássicos como Indiana Jones, "Up - Altas Aventuras (Up)" emociona e diverte como poucos filmes (sejam animação ou live-action) nos últimos anos. Através do personagem Fredricksen (o qual na versão brasileira é dublado pelo gênio Chico Anysio) o espectador viaja por diversas fases da vida deste senhor e, independentemente da idade do espectador, somos levados as diversas etapas das nossas vidas (mesmo as que possivelmente não tenhamos passado ainda), pacutuando assim diversos sentimentos, principalmente no que se refere aos sonhos que, infelizmente, não podem ser cumpridos ou, ainda mais importante, quando percebemos que nossos desejos se tornaram realidade, apenas não demos a devida atenção no momento em que eles estavam conosco.


Pra finalizar, "Up - Altas Aventuras" é um retrato, pequeno, mas contundente sobre a curta, porém dinâmica vida que o ser-humano detém. Na verdade o filme é um passeio pelo mundo onírico, das lembranças e da saudade, do que mais íntimo tem o ser, o apego ao desconhecido como se este fosse conhecido. A ambivalência humana é retratada de maneira singela e, apesar do tom "leve", bastante profunda. E as lágrimas são tão difíceis de segurar quanto o riso em algumas passagens... nada mais humano, concorda?

Obs.: O curta que antecede "Up" é muito bom e serve como contraponto ao que virá a seguir.

NOTA: 9.

Elenco (vozes originais): Edward Asner, Cristopher Plummer, Jordan Nagai, Bob Peterson e Delroy Lindo.

Ficha Técnica:
Título original:Up
Gênero
:Animação computadorizada
Duração
:96 min
Ano de lançamento
:2009
Site oficial
:http://www.disney.com.br/cinema/up/
Estúdio
:Walt Disney Pictures / Pixar Animation Studios
Distribuidora
:Walt Disney Studios Motion Pictures / Buena Vista International
Direção
: Pete Docter
Roteiro
:Bob Peterson
Produção
:Jonas Rivera
Música
:Michael Giacchino
Fotografia
:
Direção de arte
:Ralph Eggleston


Trailers

Legendado:


Dublado:

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Eu te Amo, Cara


SINOPSE:

Peter Klaven (Paul Rudd) é noivo de Zooey (Rashida Jones), a mulher dos seus sonhos. Ao organizar a cerimônia de casamento ele percebe que não tem qualquer amigo mais íntimo o qual possa convidar para ser seu padrinho. Decidido a resolver a situação, ele passa a encontrar vários homens na tentativa de ter uma verdadeira amizade. É assim que conhece Sydney Fife (Jason Segel), com quem se identifica. Eles cada vez se tornam mais amigos, até que esta situação coloca em risco o próprio noivado de Peter.

IMPRESSÕES:

Mais uma comédia de costumes, só que dessa vez o foco (como no excelente Ressaca de Amor, só que sobre um prisma diferente) aborda o universo de afinidades do universo masculino. Mesm não sendo inovadora, "Eu te Amo, Cara (I Love You, Man)" é um achado. O filme apresenta personagens bem construídos (tanto os protagonistas, quanto os imprescindíveis coadjuvantes) e com personalidades próprias, isto com certeza devido ao ótimo timming do elenco e ao bem-costurado roteito, visto que a história envolve bastante pois prima pela simplicidade, tanto nas ações, quanto nas soluções.








Paul Rudd (Faça o Que eu Digo, Não Faça o Que eu Faço) e Jason Segel (Ressaca de Amor) possuem uma química incrível, demonstrada através da interação entre seus personagens. J.K. Simmons (o eterno J.J. Jameson da série Homem-Aranha) continua exemplar, apesar do seu espaço neste filme ser um tanto quanto menor do que em outros trabalhos recentes. Já o diretor e roteirista John Hamburg (Quero Ficar com Polly) comanda tudo de maneira aberta e tranquila, pois é notável a confiança que o elenco transparece na tela, além das muitas improvisações nos diálogos (fato realmente comprovado nos materiais de extras do DVD), aspecto que deixa o filme com um caráter mais "real", mais palpável.


Por fim, "Eu te Amo, Cara" é uma comédia muito bacana pois, como deveriam seguir todas as comédias, diverte sem apelar para excessivas gags físicas ou festivais intermináveis de palavrões e ofensas generalizantes e preconceituosas (perdão a quem gosta dos filmes dos irmãos Wayans e aos Todo em Mundo em Pânico e afins).

Obs.: É válido destacar a presença mais do que especial do eterno Incrível Hulk da TV, Lou Ferrigno, que interpreta a ele mesmo, além da ponta de Jon Favreau, mais conhecido no momento como o diretor de O Homem de Ferro!

NOTA: 8.

Elenco: Paul Rudd, Jason Segel, Rashida Jones, J.K. Simmons, Andy Samberg, Joe Favreau e Lou Ferrigno.

Ficha Técnica:
Título original
:I Love You, Man
Gênero
:Comédia
Duração
:105 min
A
no de lançamento:2009
Site oficial
:http://www.euteamocara.com.br
Estúdio
:DreamWorks SKG / The Montecito Picture Company / Bernard Gayle Productions / De Line Pictures
Distribuidora
:DreamWorks SKG / Paramount Pictures / UIP
Direção
: John Hamburg
Roteiro
:John Hamburg e Larry Levin
Produção
:Donald De Line e John Hamburg
Música
:Theodore Shapiro
Fotografia
:Lawrence Sher
Direção de arte
:Eric Sundahl
Figurino
:Leesa Evans
Edição
:William Kerr


Trailer:

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Heróis


SINOPSE:

Uma mistura de ação, suspense e ficção científica, o filme conta a saga de jovens americanos com poderes de telepatia e clarividência que têm de se esconder de uma agência clandestina do governo dos EUA. Eles precisam se unir e usar suas diferentes habilidades para escapar da agência de uma vez por todas.


IMPRESSÕES:

Vendida no Brasil como um filme no estilo do seriado Heroes, esta produção indepentente é bastante interessante. Apesar da trama teimar em confundir com terminologias que não acrescentam no desenvolvimento do enredo, "Heróis (Push)" arranca boas interpretações de Chris Evans (Quarteto Fantástico) e Djimon Hounsou (Diamante de Sangue), apresenta Dakota Fanning (Guerra dos Mundos) agora adolescente e aposta na beleza (por enquanto é apenas isso que é demonstrado por ela) de Camila Belle (10.000 A.C.), que lembra nuito (esteticamente falando) a personagem de Selma Blair nos dois filmes de Hellboy.

Fazendo uma mistura entre ficção-científica e aventura (com certeza também inspirado na trilogia X-Men), "Heróis" é uma boa saída entre tantos blockbusters inflados lançados no verão norte-americano. Possui uma direção segura de Paul McGuigan (do bacana Xeque-Mate), tendo seu maior pecado residindo na metragem total do longa; talvez se o corte final tivesse limado uns dez minutos, o ritmo do filme melhorasse acentuadamente. No geral, um bom filme pipoca. Com certeza bem melhor do que X-Men Origens - Wolverine, Transformers - A Vingança dos Derrotados, G.I. Joe - A Origem de Cobra, dentre outros blockbusters com orçamentos quase que ilimitados.

NOTA: 7.

Elenco: Chris Evans, Dakota Fanning, Camilla Belle, Djimon Hounsou e Cliff Curtis.

Ficha Técnica:
Diretor: Paul McGuigan
Produção: David Bourla, Amy Gilliam, Michael Ohoven, David Valleau
Roteiro: David Bourla
Fotografia: Peter Sova
Trilha Sonora: Neil Davidge
Duração: 111 min.
Ano: 2008
País: EUA
Gênero: Ficção Científica
Cor: Colorido
Distribuidora: Paris Filmes

Trailer:

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Killshot - Tiro Certo


SINOPSE

Blackbird (Mickey Rourke) é um matador da máfia que se une a Rickie Nix (Joseph Gordon-Levitt), um caloteiro, para extorquir US$ 20 mil de um corretor imobiliário local. O golpe deles é por acaso descoberto por Wayne Colson (Thomas Jane) e sua esposa, Carmen (Diane Lane), o que faz com que se tornem seus novos alvos.


IMPRESSÕES

Apesar dos comentários nada favoráveis a este longa, decidi conferi-lo e, apesar do mesmo não ser o desastre divulgado, também não é lá essa "Coca" toda, ou seja, não é um filme ótimo ou até mesmo muito bom. Deixe-me explicar: o problema de Killshot - Tiro Certo (Killshot) (começa pelo subtítulo, no mínimo tosco, medonho, redundante...) não está no casting, pois o literalmente ressurgido das cinzas Mickey Rourke (O Lutador), a simpática Diane Lane (Noites de Tormenta) e o já não mais tanto brucutu Thomas Jane (O Nevoeiro) não estão apresentam interpretações deslocadas, apenas não se destacam, talvez não tenham entrado de cabeça no projeto do longa, nas idéias do escritor norte-americano Elmore Leonard (o filme é adaptado de um de seus livros), que, dentre vários trabalhos adaptados para o cinema, estão "O Nome do Jogo" e "Be Cool", ou talvez o cineasta britânico John Madden (vencedor do Oscar de melhor filme por "Shakespeare Apaixonado") não tenha focado e direcionado a trama da maneira correta. Contudo, quem obviamente estava desfocado do restante da equipe era o ator Joseph Gordon-Levitt (G.I Joe - A Origem de Cobra), que no meu ponto de vista é um jovem de muito talento (apesar de ter despontado na carreira como a maioria dos teen-stars, numa comédia para adolescentes, escolheu uma até que legal, "10 Coisas que Odeio em Você", que também revelou o finado Heath Ledger, vencedor do último Oscar de ator-coadjuvante, por "Batman - O Cavaleiro das Trevas", e segui com filmes muito legais como "O Vigia", "Stop-Loss" e "Milagre em Sta. Anna", esse último dirigido por Spike Lee), no entanto encontra-se extremamente caricato e exagerado nos trejeitos do homicida psicótico que interpreta, lembrando um pouco uma imitação malfeita do Coringa construído pelo parceiro Heath Ledger, no mais recente filme do Batman.









Mas, voltando ao filme, fica claro que o seu maior problema reside na construção da trama. Ela não chega a ser iverossímel (bem, é cinema, não é mesmo?), porém é bastante desinteressante e, pra piorar, desfocada. Qual seria o foco primordial da trama de Killshot? O drama do casal vivido por Lane e Jane, que estão prestes a entrar em divórcio? Ou seria um suspense angustiante no melhor estilo "Cabo do Medo" (clássico de Martin Scorcese, com Robert De Niro e Jessica Lange)? Pois é, o longa acaba não tomando uma decisão e, pra completar a angústia, sua metragem de um pouco mais de 1 hora e meia parece estender-se por muito mais tempo (ou seja, cadê o ritmo da coisa? Ferramenta super-importante para um thiller envolver o espectador). Sendo assim, nem mesmo anunciar (como fez a distribuidora brasileira) com letras garrafais (em caixa alta) PRODUZIDO POR QUENTIN TARANTINO salva Killshot da decepção ao subirem os créditos finais.

NOTA: 6.

Elenco: Diane Lane, Mickey Rourke, Thomas Jane, Joseph Gordon-Levitt, Rosario Dawnson e Hal Holbrook.

Ficha Técnica:
Título original:Killshot
Gênero:Suspense
Duração:95 min
Ano de lançamento:2008
Estúdio:The Weinstein Company / FilmColony / Road Rebel / Lawrence Bender Productions
Distribuidora:PlayArte
Direção: John Madden
Roteiro:Hossein Amini, baseado em livro de Elmore Leonard
Produção:Lawrence Bender e Richard N. Gladstein
Música:Klaus Badelt
Fotografia:Caleb Deschanel
Direção de arte:Brandt Gordon
Figurino:Beth Pasternak
Edição:Mick Audsley e Lisa Gunning
Efeitos especiais:Baseblack

Trailer:

Inimigos Públicos


SINOPSE

John Dillinger (Johnny Depp, de Sweeney Todd - O Barbeiro da Rua Fleet) era um criminoso audacioso e violento, mas que atraía a opinião pública ao seu favor, principalmente, porque dizia retirar das instituições financeiras o dinheiro que elas roubavam do cidadão. Seus assaltos a bancos e fugas rápidas enlouqueciam a polícia que não tinha condições de enfrentá-lo. Assim, prender o assaltante tornou-se uma obsessão do então burocrata J. Edgar Hoover (Billy Crudup, de Watchmen - O Filme), que disposto a tudo para fortalecer o famoso F.B.I., coloca Dillinger como o inimigo público número um. Para ajudar em sua missão, Hoover contrata o policial Melvin Purvis (Christian Bale, de O Exterminador do Futuro - A Salvação) e o deixa igualmente obcecado pela captura do bandido, que se apaixona por Billie Frechetti (Marion Cotillard, de Um Bom Ano) e acaba complicando a sua vida.
(Fonte: Adoro Cinema)

IMPRESSÕES

Ao contrário do que sugeria o trailer de Inimigos Públicos (Public Enemies), o andamento do novo trabalho do norte-americano Michael Mann (de Miami Vice) não lembra em nada o também exemplar "O Gângster (American Gangster)", de Ridley Scott (Um Bom Ano). Ao invés de um "duelo" envolvendo crime e lei, como preto e branco (sem trocadilho direto aos protagonistas do longa de Scott, que eram Denzel Washington e Russel Crowe), mas sim deixa bastante claro que o "mal" possui seus atrativos, sua causa de ser, principalmente quando disseca alguns dos mecanismos nada ortodoxos utilizados pelo antigo Bureau de investigação norte-americano (FBI), tendo como um dos cabeças da época J. Edgar Hoover (vivido com muito brilho por Crudup - pena que com pouco tempo de tela), um burocrata não muito afeito a seguir as regras burocráticas pré-estabelecidas pelo órgão, porém bastante competente, com destaque a publicização de sua própria imagem como "homem da lei".
Outra idéia interessante que tem destaque é a do culto e da celebração aos criminosos do período (época de recessão econômica - paralelo com os nossos dias?) pela população dos Estados Unidos, vendo-os muitas vezes como ícones e até mesmo heróis, fato este já discutido de maneira bastante provocativa no belíssimo filme "O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford", estrelado por Brad Pitt e pelo irmão de Ben Affleck, Casey Affleck. O Longa-metragem de Mann corrobora esse ponto de discussão, sendo auxiliado pela interpretação sutil de Johnny Depp, que vive o carismático e perigoso gângster com aura de Robin Hood, John Dillinger.

É válido também destacar a qualidade do casting de Inimigos Públicos, que possui gente do porte de Christian Bale, Marion Cotillard, Stephen Dorff (de Blade), David Wenham (de Austrália), Giovanni Ribisi (de O Vôo da Fênix), Channing Tatum (de Stop-Loss), Stephen Graham, dentre outros, entre papéis coadjuvantes (caso de Bale e Cotillard) e pontas rápidas e circunstanciais.

Quanto à técnica, seria chover no molhado comentar. É sabido que independentemente do enredo, todo filme de Michael Mann detém um apelo visual e uma qualidade técnica em nível excelente. Contudo, posso destacar a tradicional câmera na mão, que dessa vez detém um diferencial, visto que foi captada com qualidade de tecnologia Imax, ou seja, perfeita para se assistir numa TV Full HD.

NOTA: 8,5.

Ficha técnica:
título original:Public Enemies
gênero:Drama
duração:140 min
ano de lançamento:2009
estúdio:Universal Pictures / Relativity Media / Forward Pass / Misher Films / Tribeca Productions / Appian Way
distribuidora:Universal Pictures / UIP
direção: Michael Mann
roteiro:Ronan Bennett, Michael Mann e Ann Biderman, baseado em livro de Bryan Burrough
produção:Kevin Misher e Michael Mann
música:Elliot Goldenthal
fotografia:Dante Spinotti
direção de arte:Nathan Crowley
figurino:Colleen Atwood
edição:Jeffrey Ford e Paul Rubell
efeitos especiais:CafeFX / Picture Playground

Trailer: